quarta-feira, março 28, 2007

Aproveite as oportunidades

Na antiga Roma, um grupo de feiticeiras conhecidas como Sibilas escreveu nove livros contando o futuro de Roma. Levaram os nove livros para Tibério.
- Quanto custa? – perguntou o imperador de Roma.
- Cem moedas de ouro – responderam as Sibilas.
Indignado, Tibério expulsou-as. As Sibilas queimaram três livros e voltaram:
- Continuam custando cem moedas – disseram. Tibério riu e não aceitou: pagar por seis livros o mesmo que pagaria por nove?
As Sibilas queimaram mais três livros e voltaram com os três restantes:
- Continuam custando cem moedas de ouro – disseram.
Tibério, mordido pela curiosidade, terminou por pagar – mas só conseguiu ler parte do futuro de seu Império.
Diz o mestre:
Faz parte da arte de viver, não barganhar com a oportunidade.

Amor e a porta do coração

Não adianta pedir explicações sobre Deus. Você pode escutar palavras muito bonitas, mas, no fundo, são palavras vazias. Da mesma maneira que você pode ler toda uma enciclopédia sobre o amor e não saber o que é amar.
Diz o mestre:
Ninguém vai conseguir provar que Deus existe ou que não existe. Certas coisas na vida foram feitas para serem experimentadas, nunca explicadas.
O amor é uma destas coisas. Deus, que é Amor, também é. A fé é uma experiência infantil, naquele sentido mágico que Jesus nos ensinou: “é das crianças o Reino dos Céus”.
Deus nunca vai entrar por sua cabeça, a porta que Ele usa é o seu coração.

Pequenas diferências

Perguntei a um sábio, a diferença que havia entre amor e amizade, ele me disse essa verdade... O Amor é mais sensível, a Amizade mais segura. O Amor nos dá asas, a Amizade o chão. No Amor há mais carinho, na Amizade compreensão. O Amor é plantado e com carinho cultivado, a Amizade vem faceira, e com troca de alegria e tristeza, torna-se uma grande e querida companheira. Mas quando o Amor é sincero ele vem com grandes amigos, e quando a Amizade é concreta, ela é cheia de amor e carinho.
Por Jesile Vasconcelos

terça-feira, março 27, 2007

Tire suas conclusões (no final você verá a minha)

Esta é a fábula de um alto executivo que, estressado, foi ao psiquiatra.Relatou ao médico o seu caso. O psiquiatra, experiente, logo diagnosticou: - O Sr. precisa se afastar por duas semanas da sua atividadeprofissional. O conveniente é que vá para o interior, se isole do dia-a-dia e busque algumas atividades que o relaxem. Então o nosso executivo procurou seguir as orientações... Munido de vários livros, CDs e laptop, mas sem o celular, partiu para a fazenda de um amigo. Passados os dois primeiros dias, o nosso executivo já havia lido dois livros e ouvido quase todos os CDs. Continuava inquieto. Pensou então que alguma atividade física seria um bom antídoto para a ansiedade que ainda o dominava. Chamou o administrador da fazenda e pediu para fazer algo. O administrador ficou pensativo e viu uma montanha de esterco que havia acabado de chegar. Disse ao nosso executivo: - O Senhor. pode ir espalhando aquele esterco em toda aquela área que será preparada para o cultivo. O administrador pensou consigo: "Ele deverá gastar uma semana com essa tarefa". Ledo engano.No dia seguinte o nosso executivo já tinha distribuído o esterco por toda a área.O administrador então lhe deu a seguinte tarefa, abater 500 g.a.l.i.n.h.a.s com uma faca.Essa foi fácil em menos de 3 horas já estavam todas prontas para serem d.e.p.e.n.a.d.a.s.Pediu logo uma nova tarefa.O administrador então lhe disse:- Estamos iniciando a colheita de laranjas. O Senhor vá ao laranjal levando três cestos para distribuir as laranjas por tamanho. Pequenas, médias e grandes. No fim daquele primeiro dia o nosso executivo não retornou. Preocupado, o administrador se dirigiu ao laranjal. Viu o nosso executivo com uma laranja na mão, os cestos totalmente vazios, falando sozinho: - Esta é grande. Não, é média. Ou será pequena??? - Esta é pequena. Não, é grande. Ou será média???- Esta é média. Não, é pequena. Ou será grande???
Moral da história:
Espalhar m.e.r.d.a e cortar cabeças é fácil. O difícil é tomar decisões.

segunda-feira, março 26, 2007

O importante é sonhar

Nunca podemos parar de sonhar; o sonho é o alimento da alma, como a comida é o alimento do corpo. Muitas vezes, em nossa existência, vemos nossos sonhos desfeitos e nossos desejos frustrados, mas é preciso continuar sonhando, senão nossa alma morre. Muito sangue já rolou no campo diante dos seus olhos, e aí foram travadas algumas das batalhas mais cruéis da Reconquista. Quem estava com a razão, ou com a verdade, não tem importância: o importante é saber que ambos os lados estavam combatendo por um sonho.

A lei da vontade

Só devemos fazer aquilo que realmente enche o nosso coração de entusiasmo. Se deixamos isso de lado, se adiamos o momento de viver aquilo que sonhamos, perdemos a energia necessária para qualquer transformação importante em nossas vidas. Alguém já disse, de maneira muito apropriada: “eu não conheço o segredo do sucesso – mas o segredo do fracasso é tentar sempre fazer a vontade dos outros”.

Outra menina e outra tempestade ( para se pensar )

Uma garota (mais velha que a da primeira história) ia em direção à casa de sua avó, situada no alto de uma montanha. Chovia a cântaros, o vento frio soprava, e trovões pipocavam a cada segundo.
Quando já estava quase chegando ao seu destino, sentiu algo roçando seus pés. Ao olhar para baixo, viu que era uma cobra.
- Eu estou quase morrendo - disse a serpente. – Está muito frio, não há comida nesta montanha, por favor me proteja! Coloque-me debaixo do seu casaco, salve minha vida, e eu serei sua melhor amiga.
Apesar da tempestade, a menina parou e começou a refletir. Olhou a pele dourada e verde da serpente, e disse para si mesmo que jamais tinha visto algo tão belo. Pensou o quanto deixaria com inveja os seus amigos de classe, ao aparecer com uma cobra que a defenderia de tudo. Finalmente disse:
- Está bem. Eu vou salva-la, porque todos os seres vivos merecem carinho.
A cobra ficou amiga da menina, serviu para assustar as pessoas agressivas no colégio, fez companhia nos dias solitários. Até que uma noite, quando ela estava fazendo suas lições de casa, sentiu uma dor aguda no pé direito. Ao olhar para baixo, viu que a cobra a havia mordido.
- você é venenosa! – gritou. – Vou morrer logo!
A cobra não disse nada.
- Como você fez isso comigo? Eu salvei sua vida!
- Aquele dia, quando você se abaixou para me salvar, sabia que eu era uma cobra, não sabia?
E, lentamente, rastejou para fora.

domingo, março 25, 2007

A história da areia uma das lendas da criação do povo árabe

Assim que terminou de construir o mundo, um dos anjos advertiu o Todo-Poderoso que esquecera de colocar areia na Terra; grave defeito, se considerarmos que os seres humanos estariam privados para sempre de caminhar junto aos mares, massageando seus pés cansados e sentindo o contacto com o chão.
Além disso, o fundo dos rios seria sempre ríspido e pedregoso, os arquitetos não poderiam usar um material indispensável, as pegadas dos namorados seriam invisíveis; disposto a remediar seu esquecimento, Deus enviou o Arcanjo Gabriel com uma enorme bolsa, para que derramasse areia em todos os lugares que fosse necessário.
Gabriel fez as praias, o leito dos rios, e quando voltava para o céu trazendo o material que havia sobrado, o Inimigo – sempre atento, sempre disposto a estragar a obra do Todo-Poderoso – conseguiu fazer um furo na bolsa, que arrebentou, derramando todo o seu conteúdo. Isso aconteceu no lugar que é hoje a Arábia, e quase toda a região se transformou num imenso deserto.
Gabriel, desolado, foi pedir desculpas ao Senhor, por ter deixado que o Inimigo se aproximasse sem ser visto. E Deus, em Sua infinita sabedoria, resolveu recompensar o povo árabe pelo erro involuntário do seu mensageiro.
Criou para eles um céu cheio de estrelas, como não existe em nenhum outro lugar do mundo, para que sempre olhassem para o alto.
Criou o turbante, que – debaixo do sol do deserto – é muito mais valioso que uma coroa.
Criou a tenda, permitindo que as pessoas se movessem de um lugar para o outro, sempre tendo novas paisagens ao redor, e sem as obrigações aborrecidas de manutenção de palácios.
Ensinou o povo a forjar o melhor aço para a espada. Criou o camelo. Desenvolveu a melhor raça de cavalos.
E lhe deu algo mais precioso que estas e todas as outras coisas juntas: a palavra, o verdadeiro ouro dos árabes. Enquanto os outros povos modelavam os metais e as pedras, os povos da Arábia aprendiam a modelar o verbo.
“Os erros de Deus, como os de grandes artistas, ou dos verdadeiros enamorados, desencadeiam tantas compensações felizes, que as vezes vale a pena deseja-los”.

Desafios

O homem comum pensa que entregar-se às dúvidas e às preocupações é um sinal de sensibilidade, de espiritualidade. Agindo assim, fica distante do verdadeiro sentido da vida, pois sua razão diminuta o converte no santo ou no monstro que imagina ser, e antes que se dêe conta, está preso na armadilha que criou para si mesmo. Este tipo de gente adora que alguém lhes diga o que deve fazer, mais gosta mais ainda de não seguir os bons conselhos – só para aborrecer a alma generosa que, em dado momento, preocupou-se com ele.
Só um guerreiro pode suportar o caminho do conhecimento. Um guerreiro nao se queixa nem se lamenta de nada, não acha que os desafios são bons ou maus. Os desafios são simplesmente desafios.

Descobrindo a realidade

Não importa como fomos criados. O que determina nosso modo de agir é a maneira como administramos a nossa vontade. Um homem é a soma de todas as suas vontades, que determinam sua maneira de viver e morrer.
A vontade é um sentimento, um talento, algo que nos dá entusiasmo. A vontade é algo que se adquire – mas para isso é necessário lutar a vida inteira.
Desde o instante em que nascemos, as pessoas nos dizem que o mundo é assim, ou assado, desta ou daquela maneira. É natural que - durante um certo período - terminemos por acreditar naquilo que nos dizem. Mas logo precisamos deixar estes conceitos de lado, e descobir nossa própria maneira de ver a realidade.

quinta-feira, março 22, 2007

A menina e a tempestade

A garota costumava caminhar todos os dias até a escola. Uma tarde de tempestade, ela começou a demorar muito;os ventos sopravam cada vez com mais força, os trovões e raios sacudiam a vizinhança.
A mãe, preocupada, telefonou para a escola, e informaram a menina já havia saído. Ao ver que ela não chegava, colocou uma capa de chuva, e saiu - imaginando que a filha devia estar paralisada de medo, escondida talvez na casa de um vizinho, chorando, e esperando a tempestade passar.
Para sua tranqüilidade, assim que dobrou a esquina, viu a menina andando lentamente em direção à casa; mas parava cada vez que caía um raio, olhava para o céu, e sorria.
A mãe chegou correndo, colocou a menina debaixo de sua capa, e perguntou por que ela tinha demorado tanto.
- Você não está vendo os flashes? – disse a criança. – Deus está tirando fotos de mim!

Aceitando a compaixão

- Como purificamos o mundo?- perguntou um discípulo.
Ibn al-Husayn respondeu:
- Havia um sheik em Damasco chamado Abu Musa al-Qumasi. Todos o honravam por causa de sua sabedoria, mas ninguém sabia se era um homem bom.
“Certa tarde, um defeito de construção fez com que desabasse a casa onde o sheik vivia com a sua mulher.Os vizinhos, desesperados, começaram a cavar as ruínas; em dado momento, conseguiram localizar a esposa do sheik.
"Ela disse: "Deixem-me. Salvem primeiro o meu marido, que estava sentado mais ou menos ali".
"Os vizinhos removeram os destroços no lugar indicado, e encontraram o sheik. Este disse:" Deixem-me. Salvem primeiro a minha mulher, que estava deitada mais ou menos ali."
"Quando alguém age como agiu este casal, está purificando o mundo inteiro".

quarta-feira, março 21, 2007

O instante mágico

É preciso correr riscos. Só entendemos direito o milagre da vida quando deixamos que o inesperado aconteça.
Todos os dias Deus nos dá – junto com o sol – um momento em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes. Todos os dias procuramos fingir que não percebemos este momento, que ele não existe, que hoje é igual a ontem - e será igual a amanhã. Mas, quem presta atenção ao seu dia, descobre o instante mágico.
Ele pode estar escondido na hora em que enfiamos a chave na porta pela manhã, no instante de silêncio logo após o jantar, nas mil e uma coisas que nos parecem iguais. Este momento existe – um momento em que toda a força das estrelas passa por nós, e nos permite fazer milagres.
A felicidade às vezes é uma bênção – mas geralmente é uma conquista. O instante mágico do dia nos ajuda a mudar, nos faz ir em busca de nossos sonhos. Vamos sofrer, vamos ter momentos difíceis, vamos enfrentar muitas desilusões – mas tudo é passageiro, e não deixa marcas. E, no futuro, podemos olhar para trás com orgulho e fé.
Pobre de quem teve medo de correr os riscos. Porque este talvez não se decepcione nunca, nem tenha desilusões, nem sofra como aqueles que têm um sonho a seguir. Mas quando olhar para trás – porque sempre olhamos para trás – vai escutar seu coração dizendo:
“O que fizeste com os milagres que Deus semeou por teus dias? O que fizeste com os talentos que teu Mestre te confiou? Enterraste fundo em uma cova, porque tinhas medo de perdê-los. Então, esta é a tua herança: a certeza de que desperdiçaste tua vida.”
Pobre de quem escuta estas palavras. Porque então acreditará em milagres, mas os instantes mágicos da vida já terão passado.

A pedra que falta

Um dos grandes monumentos da cidade de Kyoto é um jardim zen, uma superfície de areia com quinze rochas.
O jardim original tinha dezesseis rochas. Conta a lenda que, assim que o jardineiro terminou sua obra, chamou o imperador para contempla-la.
- Magnifico - disse o imperador. - E' o mais lindo do Japão. E esta é a mais bela rocha do jardim.
Imediatamente o jardineiro tirou do jardim a pedra que o imperador tanto apreciara, e jogou-a fora.
- Agora o jardim está perfeito – disse para o imperador. – Não existe nada que se sobressaia, e ele pode ser visto em toda a sua harmonia.
"Um jardim, como a vida, precisa ser visto na sua totalidade. Se nos detivermos na beleza de um detalhe, todo o resto parecerá feio."

O céu e o inferno

Um samurai violento, com fama de provocar briga sem motivo, chegou as portas do mosteiro zen e pediu para falar com o mestre.
Sem titubear, Ryokan foi ao seu encontro.
- Dizem que a inteligência é mais poderosa que a força - comen­tou o samurai. - Será que o senhor consegue me explicar o que é céu e inferno?
Riokan ficou calado.
- Viu? – bradou o samurai. – Eu conseguiria explicar isso com muita facilidade: para mostrar o que é inferno, basta dar uma surra em alguém. Para mostrar o que é céu, basta deixar uma pessoa fugir, depois de ameaça-la muito.
- Não discuto com gente estúpida como você – comentou o mestre zen.
O sangue do samurai subiu a cabeça. Sua mente ficou turva de ódio.
- Isto é inferno - disse Ryokan, sorrindo. – Deixar-se provocar por bobagens.
O guereiro ficou desconcertado com a coragem do monge, e relaxou.
- Isso é o céu – terminou Ryokan, convidando-o para entrar. – Não aceitar provocações bobas.

terça-feira, março 20, 2007

Nascendo de novo

Às vezes somos possuídos por uma sensação de tristeza que não conseguimos controlar. Percebemos que o instante mágico daquele dia passou, e nada fizemos. Então, a vida esconde sua magia e a sua arte.
Tenho que escutar a criança que fui um dia, e que ainda existe dentro de mim. Esta criança entende de instantes mágicos; podemos sufocar seu pranto, mas não podemos calar sua voz.
Esta criança que fui um dia continua presente; bem-aventurados os pequeninos, porque deles é o Reino dos Céus.
Se não nascer de novo, se não tornar a olhar a vida com a inocência e o entusiasmo da infância, não existe mais sentido em viver.
Existem muitas maneiras de se cometer suicídio; os que tentam matar o corpo ofendem a lei de Deus. Os que tentam matar a alma, também ofendem a lei de Deus, embora seu crime seja menos visível aos olhos do homem.
Eu tenho que prestar atenção ao que me diz a criança que tenho guardada no peito. Não posso me sentir envergonhado por causa dela. Não posso deixar que ela tenha medo, porque está só, e quase nunca é ouvida.
Preciso permitir que ela tome um pouco as rédeas de minha existência: esta criança sabe que um dia é diferente do outro.
Vou fazer com que ela sinta-se de novo amada. Vou agradá-la – mesmo que signifique agir de maneira a que não estou acostumado, mesmo que pareça tolice aos olhos dos outros.
Preciso me lembrar que a sabedoria dos homens é loucura diante de Deus. Se escutar esta criança que carrego na minha alma, meus olhos tornarão a brilhar. Se não perder o contato com esta criança, não perderei o contato com a vida.

O sentido da verdade

Em nome da verdade, a raça humana cometeu seus piores crimes. Homens e mulheres foram queimados. A cultura de civilizações inteiras foi destruída. Os que procuravam um caminho diferente eram marginalizados.
Um deles, em nome da “verdade”, terminou crucificado. Mas - antes de morrer - deixou a grande definição da Verdade.
Não é o que nos dá certezas.
Não é o que nos dá profundidade.
Não é o que nos faz melhor que os outros.
Não é o que nos mantém na prisão dos preconceitos.
A verdade é o que nos dá a liberdade. “Conhecereis a Verdade, e a verdade vos libertará”, disse Jesus.

segunda-feira, março 19, 2007

Um conto de fadas

Por volta do ano 250 a.C., na China antiga, um certo príncipe da região de Thing-Zda estava às vésperas de ser coroado imperador; antes, porém, de acordo com a lei, ele deveria se casar.
Como se tratava de escolher a futura imperatriz, o príncipe precisava encontrar uma moça em quem pudesse confiar cegamente. Aconselhado por um sábio, ele resolveu convocar todas as jovens da região, para encontrar aquela que fosse a mais digna. M
Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos para a audiência, sentiu uma grande tristeza - pois sua filha alimentava um amor secreto pelo príncipe.
Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao ouvir que ela também prtendia comparecer
A senhora ficou desesperada:
- Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes apenas as mais belas e ricas moças da corte. Tire esta idéia insensata da cabeça! Eu sei que você deve estar sofrendo, mas não transforme o sofrimento em uma loucura!
E a filha respondeu:
- Querida mãe, não estou sofrendo e muito menos fiquei louca; sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz – mesmo sabendo que meu destino é outro.
À noite, quando a jovem chegou ao palácio, lá estavam efetivamente todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, as mais belas jóias, e dispostas a lutar de qualquer jeito pela oportunidade que lhes era oferecida.
Cercado de sua corte, o príncipe anunciou o desafio:
- Darei para cada uma de vocês uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a flor mais linda, será a futura imperatriz da China.
A moça pegou a sua semente, plantou-a num vaso, e como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava terra com muita paciência e ternura - pois pensava que, se a beleza das flores surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado.
Passaram-se três meses e nada brotou. A jovem tentou um pouco de tudo, falou com lavradores e camponeses – que ensinaram os mais variados métodos de cultivo – mas não conseguiu nenhum deu resultado. A cada dia sentia-se mais longe o seu sonho, embora o seu amor continuasse tão vivo como antes.
Por fim, os seis meses se esgotaram, e nada nasceu em seu vaso. Mesmo sabendo que nada tinha para mostrar, estava consciente de seu esforço e dedicação durante todo aquele tempo, de modo que comunicou a sua mãe que retornaria ao palácio, na data e hora combinadas. Secretamente, sabia que este seria seu último encontro com o bem-amado, e não pretendia perde-lo por nada neste mundo.
Chegou o dia da nova audiência. A moça apareceu com seu vaso sem planta, e viu que todas as outras pretendentes tinham conseguido bons resultados: cada uma tinha uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores.
Finalmente vem o momento esperado: o príncipe entra e observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, ele anuncia o resultado - e indica a filha de sua serva como sua nova esposa.
Todos os presentes começam a reclamar, dizendo que ele escolheu justamente aquela que não tinha conseguido cultivar nenhuma planta.
Foi então que, calmamente, o príncipe esclareceu a razão do seu desafio: - Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz: a flor da honestidade. Todas as sementes que entreguei eram estéreis, e não podiam nascer de jeito nenhum.

Paulo Roberto.

a lei dos aliados

Ninguém pode lutar sózinho; são necessários amigos que nos dêem força na hora que precisamos, gente que nos aconselhe sem medo do que vamos pensar. Como diz um poeta, “nenhum pássaro pode voar alto, se usar apenas suas próprias asas.”

a lei da criatividade

Só existe uma maneira de entender as coisas – é quando tentamos muda-las. Nem sempre conseguimos, mas terminamos aprendendo, porque buscamos um caminho não percorrido – e o mundo está cheio destes caminhos. O problema é que todos tem muito medo das florestas virgens, dos mares nunca navegados, já que o desconhecido dá a sensação de que podemos nos perder. Mas ninguém se perde – porque a mão de Deus misericordioso sempre está sobre a cabeça dos homens e mulheres corajosos, que ousam ser diferentes porque acreditam em seus sonhos.

sexta-feira, março 16, 2007

Uma história de amor impossível (vale a pena ler poderia ser a sua história ou a minha)

Conto a lenda que uma jovem mariposa - de corpo frágil e alma sensível - voava ao sabor do vento certa tarde, quando viu uma estrela muito brilhante, e se apaixonou. Excitadíssima, voltou imediatamente para casa, louca para contar à mãe que havia descoberto o que era o amor.
- Que bobagem! – foi a resposta fria que escutou. – As estrelas não foram feitas para que as mariposas possam voar em torno delas. Procure um poste ou um abajour, e se apaixone por algo assim; para isso nós fomos criadas.
Decepcionada, a mariposa resolveu simplesmente ignorar o comentário da mãe, e permitiu-se ficar de novo alegre com a sua descoberta. “Que maravilha poder sonhar!” pensava. Na noite seguinte, a estrela continuava no mesmo lugar, e ela decidiu que iria subir até o céu, voar em torno daquela luz radiante, e demostrar seu amor.
Foi muito difícil ir além da altura com a qual estava acostumada, mas conseguiu subir alguns metros acima do seu vôo normal. Entendeu que, se cada dia progredisse um pouquinho, iria terminar chegando na estrela, então armou-se de paciência e começou a tentar vencer a distância que a separava de seu amor. Esperava com ansiedade que a noite descesse, e quando via os primeiros raios da estrela, batia ansiosamente suas asas em direção ao firmamento.
Sua mãe ficava cada vez mais furiosa:
- Estou muito decepcionada com a minha filha – dizia. – Todas as suas irmãs, primas e sobrinhas já tem lindas queimaduras nas asas, provocadas por lâmpadas! Só o calor de uma lâmpada é capaz de aquecer o coração de uma mariposa; voce devia deixar de lado estes sonhos inúteis, e arranjar um amor que possa atingir.
A jovem mariposa, irritada porque ninguém respeitava o que sentia, resolveu sair de casa. Mas, no fundo – como, aliás, sempre acontece – ficou marcada pelas palavras da mãe, e achou que ela tinha razão.
Por algum tempo, tentou esquecer a estrela e apaixonar-se pela luz dos abajoures de casas suntuosas, pelas luminárias que mostravam as cores de quadros magníficos, pelo fogo das velas que queimavam nas mais belas catedrais do mundo. Mas seu coração não conseguia esquecer a estrela, e depois de ver que a vida sem o seu verdadeiro amor não tinha sentido, resolveu retomar sua caminhada em direção ao céu.
Noite após noite, tentava voar o mais alto possível, mas quando a manhã chegava, estava com o corpo gelado e a alma mergulhada na tristeza. Entretanto, a medida que ia ficando mais velha, passou a prestar atenção em tudo que via à sua volta. Lá do alto, podia enxergar as cidades cheias de luzes, onde provavelmente suas primas, irmãs e sobrinhas já tinham encontrado um amor. Via as montanhas geladas, os oceanos com ondas gigantescas, as nuvens que mudavam de forma a cada minuto. A mariposa começou a amar cada vez mais sua estrela, porque era ela quem a empurrava para ver um mundo tão rico e tão lindo.
Muito tempo se passou, em um belo dia ela resolveu voltar à sua casa. Foi então que soube pelos vizinhos que sua mãe, suas irmãs, primas e sobrinhas , e todas as mariposas que havia conhecido, já tinham morrido queimadas nas lâmpadas e nas chamas das velas, destruidas pelo amor que julgavam fácil.
A mariposa, embora jamais tenha conseguido chegar à sua estrela, viveu muitos anos ainda, descobrindo toda noite algo diferente e interessante. E compreendendo que, as vezes, os amores impossíveis trazem muito mais alegrias e benefícios, que aqueles que estão ao alcance de nossas mãos.

Espero qu tenhão gostado
PAULO ROBERTO

A historia das duas rãs

Existem certas horas em que a paciência - por mais difícil que seja - é a única maneira de suportar determinados problemas. A famosa história a seguir ilustra bem a virtude de saber esperar:
Duas rãs caíram dentro de uma jarra de leite. Uma era grande e forte, mas impaciente - e confiando na sua forma física, lutou a noite inteira, debatendo-se para escapar.
A outra rã era pequena e frágil. Como sabia que não teria energia para lutar contra seu destino, resolveu entregar-se. Com suas patas, fez apenas os movimentos necessários para manter-se na superfície, sabendo que cedo ou tarde iria morrer.
“Quando não se pode fazer nada, nada se deve fazer” pensava ela.
E assim as duas passaram a noite – uma na tentativa desesperada de salvar-se, a outra aceitando com tranquilidade à idéia da morte
Exausta com o esforço, a rã maior não aguentou e morreu afogada. A outra rã conseguiu boiar a noite inteira - e quando, na manhã seguinte, resolveu entregar-se, reparou que os movimentos de sua companheira haviam transformado o leite em manteiga.
Tudo o que teve de fazer foi pular para fora da jarra.

Não é melhor quem dá com generosidade, nem é pior quem recebe com alegria. O amor é, justamente, fruto destas duas coisas, leia essa pequena história:

Um lenhador, acostumado ao trabalho árduo de derrubar árvores, terminou casando-se com uma mulher que era exatamente o seu oposto: delicada, suave, capaz de fazer lindos bordados com seus dedos gentis. Orgulhoso de sua espôsa, ele passava o tempo todo na floresta, fazendo o seu trabalho, de modo que nada faltasse em casa.
Viveram juntos por muitos anos, tiveram tres filhos - que cresceram, estudaram, casaram-se e foram viver em lugares distantes, como aliás acontece na maioria das vezes. O casal continuava na mesma cabana, mas enquanto o homem sentia-se cada vez mais forte por causa do seu trabalho, a mulher começou a definhar. Já não bordava mais, perdeu o apetite, não fazia suas caminhadas diárias, e viu desaparecer toda a alegria de sua vida. Seu estado de saúde agravou-se de tal maneira, que já não se levantava mais da cama.
O marido já não sabia o que fazer. Uma noite, quando uma febre alta fez com que o rosto de sua espôsa ficasse de uma palidez quase mortal, ele tocou com suas mãos fortes os dedos delicados da mulher, e começou a chorar:
- Não me deixe – dizia, soluçando.
A mulher teve forças para dizer, no meio dos delírios provocados pela febre:
- Mas por que voce chora?
- Por que eu preciso de voce!
O brilho nos olhos da mulher pareceu retornar:
- E só agora voce está me dizendo isso? Eu achei que, quando nossos filhos cresceram e partiram, minha vida perdeu o sentido. Voce sempre foi tão independente!
- Eu tinha vergonha de recebe-lo – disse o lenhador. – Sempre achei que não merecia tudo o que fez por mim.
A partir deste dia, a mulher voltou a recuperar sua saúde, recomeçou a andar na floresta e a fazer seus bordados. Sua vida voltara a ter sentido porque alguém precisava dela. Alguém era capaz de receber a melhor coisa que podia dar: o seu amor.

www.melissaehugo.com

Quando voce ganhar, comemore: celebrar uma conquista é um importante um rito de passagem. Esta vitória custou momentos difíceis, noites de dúvidas, intermináveis dias de espera. Desde os tempos antigos, alegrar-se com um triunfo faz parte do próprio ritual da vida.
A comemoração marca o final de uma etapa, embora - por incrível que pareça - muita gente recusa-se a isso, por medo de decepção, de atrair "mau-olhado", etc. Quem age assim, não se beneficia do melhor presente que a vitória nos dá: confiança.
Devemos, sempre que possível, comemorar hoje as pequenas vitórias de ontem, por mais insignificantes que pareçam. Amanhã, uma nova luta se aproxima, e irá exigir nossa atenção e esforço: a lembrança de uma um êxito nos faz mais fortes para a próxima batalha.

Para Hugo & Melissa

terça-feira, março 13, 2007

Desejo a você...

Fruto do mato...Cheiro de jardim...Namoro no portão...Domingo sem chuva...Segunda sem mau humor...Sábado com seu amor...Filme do Carlitos...Chope com amigos...Crônica de Rubem Braga...Viver sem inimigos...Filme antigo na TV...Ter uma pessoa especial...E que ela goste de você...Música de Tom com letra de Chico...Frango caipira em pensão do interior...Ouvir uma palavra amável...Ter uma surpresa agradável...Ver a Banda passar...Noite de lua Cheia...Rever uma velha amizade...Ter fé em Deus...Não Ter que ouvir a palavra não...Nem nunca, nem jamais e adeus...Rir como criança...Ouvir canto de passarinho...Sarar de resfriado...Escrever um poema de Amor...Que nunca será rasgado...Formar um par ideal...Tomar banho de cachoeira...Pegar um bronzeado legal...Aprender um nova canção...Esperar alguém na estação...Queijo com goiabada...Pôr-do-Sol na roça...Uma festa...Um violão...Uma seresta...Recordar um amor antigo...Ter um ombro sempre amigo...Bater palmas de alegria...Uma tarde amena...Calçar um velho chinelo...Sentar numa velha poltrona...Tocar violão para alguém...Ouvir a chuva no telhado...Vinho branco...Bolero de Ravel...E muito carinho meu.

tudo pra ti Jesile!

segunda-feira, março 12, 2007

O turbante

Nasrudin apareceu na corte com um magnífico turbante, pedindo dinheiro para caridade.
- você veio me pedir dinheiro, e está usando um ornamento muito caro na cabeça. Quanto custou esta peça extraordinária? - perguntou o soberano.
- Quinhentas moedas de ouro - respondeu o sábio sufi.
O ministro sussurrou: “É mentira. Nenhum turbante custa esta fortuna”.
Nasrudin insistiu:
- Não vim aqui só para pedir, vim também para negociar. Paguei tanto dinheiro pelo turbante, porque sabia que, em todo o mundo, apenas um soberano seria capaz de compra-lo por seiscentas moedas, para que eu pudesse dar o lucro aos pobres.
O sultão, lisonjeado, pagou o que Nasrudin pedia. Na saída, o sábio comentou com o ministro:
- Você pode conhecer muito bem o valor de um turbante, mas sou eu quem conhece até onde a vaidade pode levar um homem.

Reflexão

" Receba aquele que o procura, e não corra atrás de quem o rejeita: assim, você está criando um laço de harmonia com o seu semelhante.
"Um noviço não deve ser expulso por causa de suas faltas; ele está fazendo um esforço para melhorar, e isto deve ser apreciado e honrado por todos.
"Um estranho não deve ser aceito por causa de suas qualidades. Quando vemos alguém muito ansioso para mostrar como é bom e compreensivo, precisamos testa-lo com severidade - porque ele pode ter perdido a humildade. Confie em sua primeira impressão, por mais absurda que pareça. "

Aceitando a compaixão

- Como purificamos o mundo?- perguntou um discípulo.
Ibn al-Husayn respondeu:
- Havia um sheik em Damasco chamado Abu Musa al-Qumasi. Todos o honravam por causa de sua sabedoria, mas ninguém sabia se era um homem bom.
“Certa tarde, um defeito de construção fez com que desabasse a casa onde o sheik vivia com a sua mulher.Os vizinhos, desesperados, começaram a cavar as ruínas; em dado momento, conseguiram localizar a esposa do sheik.
"Ela disse: "Deixem-me. Salvem primeiro o meu marido, que estava sentado mais ou menos ali".
"Os vizinhos removeram os destroços no lugar indicado, e encontraram o sheik. Este disse:" Deixem-me. Salvem primeiro a minha mulher, que estava deitada mais ou menos ali."
"Quando alguém age como agiu este casal, está purificando o mundo inteiro".

quarta-feira, março 07, 2007

Usar os dois bolsos

Um discípulo comentou com o rabino Bounam de Pssiskhe:
- O mundo material parece sufocar o mundo espiritual.
- Sua calça tem dois bolsos - disse Bouhnam. - Escreva no direito: o mundo foi criado apenas para mim. No bolso esquerdo, escreva: eu não sou nada além de pó e cinzas.
“Divide bem teu dinheiro nestes dois lugares. Quando vires a miséria e a injustiça, lembra que o mundo existe apenas para que possas manifestar tua bondade, e usa o dinheiro do bolso direito. Quando estiveres tentado a adquirir coisas que não te fazem a menor falta, lembra do que está escrito no teu bolso esquerdo, e pensa várias vezes antes de gasta-lo. Desta maneira, o mundo material nunca sufocará o mundo espiritual”.

terça-feira, março 06, 2007

A coragem do monge

Um rei chamado Nobushige foi até o mestre Zen Hakuin, e perguntou:
- Por acaso existe o inferno e o paraíso?
O mestre ficou calado. O rei insistiu algumas vezes, até que Hakuin disse:
- Quem é o senhor para vir até aqui perturbar a minha tranquilidade?
A face de Noboshige ficou vermelha de raiva:
- Sou um rei, o senhor de todas estas terras!
- Que rei idiota! Imagine, viajar para tão longe só para fazer uma pergunta estúpida!
Noboshige começou a desembainhar sua espada.
- Ah, então o senhor está armado! – riu o mestre zen. – Pois aposto que esta espada está cega e enferrujada!
- Você verá! – bradou o rei. – Minha fúria é como inferno na terra!
O mestre zen abriu o quimono e mostrou o peito.
- Vamos! Acabe com minha vida! Assim que esta espada tocar o meu coração, estarei no paraíso!
Houve um momento de silêncio. O mestre zen olhou direto para Noboshige:
- Então, respondi sua pergunta? O inferno é perder o controle apesar do poder. O paraíso é manter o controle, apesar do medo.

segunda-feira, março 05, 2007

O jogo de xadrez

O jovem disse ao abade do mosteiro:
- Bem que eu gostaria de ser um monge, mas nada aprendi de importante na vida. Tudo que meu pai me ensinou foi jogar xadrez, que não serve para iluminação. Além do mais, aprendi que qualquer jogo é um pecado.
- Pode ser um pecado mas também pode ser uma diversão, e quem sabe este mosteiro não está precisando um pouco de ambos – foi a resposta.
O abade pediu um tabuleiro de xadrez, chamou um monge, e mandou-o jogar com o rapaz.
Mas antes da partida começar, acrescentou:
- Embora precisemos de diversão, não podemos permitir que todo mundo fique jogando xadrez. Então, teremos apenas o melhor dos jogadores aqui; se nosso monge perder, ele sairá do mosteiro, e abrirá uma vaga para voce.
O abade falava sério. O rapaz sentiu que jogava por sua vida, e suou frio; o tabuleiro tornou-se o centro do mundo.
O monge começou a perder. O rapaz atacou, mas então viu o olhar de santidade do outro; a partir deste momento, começou a jogar errado de propósito. Afinal de contas preferia perder, porque o monge podia ser mais útil ao mundo.
De repente, o abade jogou o tabuleiro no chão.
- Voce aprendeu muito mais do que lhe ensinaram – disse. – Concentrou-se o suficiente para vencer, foi capaz de lutar pelo que desejava. Em seguida, teve compaixão, e disposição para sacrificar-se em nome de uma nobre causa. Seja bem-vindo ao mosteiro, porque sabe equilibrar a disciplina com a misericórdia.

Sobre a lei do retorno

Um homem caminhava por um vale dos Pirineus franceses, quando encontrou um velho pastor. Dividiu com ele seu alimento, e ficaram um longo tempo conversando sobre a vida. Em um dado momento, o tema começou a girar em torno da existência de Deus.
- Se eu acreditar em Deus – disse o homem – tenho que aceitar também que não sou livre, e nada do que faço é minha responsabilidade. Pois as pessoas dizem que Ele é onipotente, e conhece o presente, o passado e o futuro.
O pastor começou a cantar. Como estavam num desfiladeiro de montanhas, a música ecoava suavemente e enchia o vale.
De repente, o pastor interrompeu a música, e começou a blasfemar contra tudo e todos. Os gritos do pastor também refletiram nas montanhas, e voltaram até onde os dois se encontravam.
- A vida é este vale, as montanhas são a consciência do Senhor, e a voz do homem é o seu destino – disse o pastor. – Somos livres para cantar ou blasfemar, mas tudo aquilo que fizermos, será levado até Ele, e nos será devolvido da mesma forma.
“Deus é o eco de nossas ações”.

Nasrudin e ovo

Certa manhã, Nasrudin – o grande místico sufi que sempre fingia ser louco – colocou um ovo embrulhado em um lenço, foi para o meio da praça de sua cidade, e chamou aqueles que estavam ali.
- Hoje teremos um importante concurso! – disse – Quem descobrir o que está embrulhado neste lenço, eu dou de presente o ovo que está dentro!
As pessoas se olharam, intrigadas, e responderam:
- Como podemos saber? Ninguém aqui é capaz de fazer adivinhações!
Nasrudin insistiu:
- O que está neste lenço tem um centro que é amarelo como uma gema, cercado de um líquido da cor da clara, que por sua vez está contido dentro de uma casca que quebra facilmente. É um símbolo de fertilidade, e nos lembra dos pássaros que voam para seus ninhos. Então, quem pode me dizer o que está escondido?
Todos os habitantes pensavam que Nasrudin tinha em suas mãos um ovo, mas a resposta era tão óbvia, que ninguém resolveu passar vergonha diante dos outros.
E se não fosse um ovo, mas algo muito importante, produto da fértil imaginação mística dos sufis? Um centro amarelo podia significar algo do sol, o líquido ao redor talvez fosse um preparado alquímico. Não, aquele louco estava querendo fazer alguém de ridículo.
Nasrudin perguntou mais duas vezes, e ninguém se arriscou a dizer algo impróprio.
Então ele abriu o lenço e mostrou a todos o ovo.
- Todos vocês sabiam a resposta – afirmou. – E ninguém ousou traduzi-la em palavras.
“É assim a vida daqueles que não tem coragem de arriscar: as soluções nos são dadas generosamente por Deus, mas estas pessoas sempre procuram explicações mais complicadas, e terminam não fazendo nada.”

Deus e o amor do homem

Um homem chegou até o filósofo Ramanuja, e pediu:
- Mostre-me o caminho até Deus.
- Você já se apaixonou por alguém? – perguntou Ramanuja.
- Apaixonar-me? O que o grande mestre quer dizer com isso? Eu prometi a mim mesmo jamais me aproximar de uma mulher, fujo delas como quem tenta escapar de uma doença.
“Eu sequer as olho: quando passam, fecho os meus olhos.”
- Procure voltar ao seu passado, e tentar descobrir se nunca, em toda a sua vida, houve algum momento de paixão que deixasse seu corpo e seu espírito cheios de fogo.
- Vim até aqui para aprender como rezar, e não como me apaixonar por uma mulher. Quero ser guiado até Deus, e o senhor fica insistindo em me conduzir até os prazeres do mundo? Não entendo o que deseja me ensinar.
Ramanuja ficou em silêncio por alguns minutos, e finalmente disse:
- Não posso ajuda-lo. Se você ainda não teve uma experiência de amor, você nunca conseguirá experimentar a paz de uma oração. Portanto, volte para sua cidade, apaixone-se, e só me procure novamente quando sua alma estiver cheia de momentos felizes.
“Apenas uma pessoa que entende o amor, pode entender o significado da oração. Porque o amor por alguém é uma prece dirigida ao coração do Universo, uma prece que Deus colocou nas mãos de cada ser humano como um presente.”

sexta-feira, março 02, 2007

Migalhas

Nós podemos curar as doenças físicas com remédios, mas a única cura para a solidão e o desespero se chama Amor. Existe muita gente no mundo que é capaz de morrer por um pedaço de pão, mas existe muito mais gente é capaz de dar a vida por uma migalha de amor.

O sabor de ganhar

Um homem em busca da santidade resolveu subir uma alta montanha levando apenas a roupa do corpo, e ali permanecer meditando o resto de sua vida.
Logo percebeu que uma roupa não era suficiente, porque ficava suja muito rápido. Desceu a montanha, foi até a aldeia mais próxima, e pediu outras vestimentas. Como todos sabiam que o homem estava em busca de santidade, entregaram-lhe um novo par de calças e uma camisa.
O homem agradeceu e tornou a subir até a ermida que estava construindo no alto do monte. Passava a noite fazendo as paredes, os dias entregue à meditação, comia os frutos das árvores, e bebia a água de uma nascente próxima.
Um mês depois, descobriu que um rato costumava roer a roupa extra que deixava para secar. Como queria estar concentrado apenas em seu dever espiritual, desceu de novo até o vilarejo, e pediu que lhe arrajassem um gato. Os moradores, respeitando sua busca, atenderam o pedido.
Mais sete dias, e gato estava quase morto de inanição, porque não conseguia alimentar-se de frutas, e não havia mais ratos no local. Voltou à aldeia em busca de leite; como os camponeses sabiam que não era para ele – que, afinal de contas, resistia sem comer nada além do que a natureza lhe oferecia, mais uma vez o ajudaram.
O gato acabou rapidamente com o leite, de modo que o homem pediu que lhe emprestassem uma vaca. Como a vaca dava mais leite que o suficiente, ele passou a bebe-lo também, para não desperdiçar. Em pouco tempo - respirando o ar da montanha, comendo frutas, meditando, bebendo leite, e fazendo exercício - transformou-se em um modelo de beleza. Uma jovem que subira a montanha para procurar um cordeiro, terminou se apaixonando, e convenceu-o que precisava de uma esposa para cuidar das tarefas da casa, enquanto meditava em paz.
Tres anos depois, o homem estava casado, com dois filhos, tres vacas, um pomar de árvores frutíferas, e dirigia um lugar de meditação,com uma gigantesca lista de espera de gente que queria conhecer o milagroso “templo da eterna juventude”.
Quando alguém lhe perguntava como havia começado tudo aquilo, ele dizia:
- Duas semanas depois que cheguei aqui, tinha apenas duas peças de roupa. Um rato começou a roer uma delas, e...
Mas ninguém se interessava pelo final da história; tinham certeza que era um sagaz homem de negócios, tentando inventar uma lenda para poder aumentar ainda mais o preço da estadia no templo.

O crescimento constante

A vida é desenvolvimento. Para atingir isso, suba as montanhas altas e desça até os vales profundos de sua alma. Inspire e sinta que está sugando para dentro de si tudo o que existe nos céus e na Terra. Expire e sinta que o ar que sai do seu corpo carrega a semente da fecundidade, e irá fazer a humanidade ser mais verdadeira, melhor, e mais bela.

quinta-feira, março 01, 2007

Refletindo sobre o aprendizado

“Aqueles que estão abertos às lições da vida, e que não se alimentam de preconceitos, são como uma folha em branco, onde Deus escreve suas palavras com a tinta divina.
“ Aqueles que estão sempre olhando o mundo com cinismo e preconceito, são como uma folha já escrita, onde não cabem novas palavras.
“Não se preocupe com o que já sabe, ou com o que ignora. Não pense no passado nem no futuro, apenas deixe que as mãos divinas tracem, a cada dia, as supresas do presente”