quarta-feira, dezembro 19, 2012

A parte mais perigosa

Um rei mandou reunir um grupo de sábios para decidir qual era a parte mais importante do corpo. O endocrinologista afirmou que eram as glândulas, porque regulavam as funções; o neurologista disse que era o coração, porque sem ele as glândulas não funcionavam. O nutricionista garantiu que era o estômago, porque, sem alimento, o coração não tinha forças para bater. O mais sábio de todos ouvia tudo em silêncio. Como não chegavam a nenhum acordo, quiseram saber sua opinião. “Todas estas partes são fundamentais para a vida”, disse o mais sábio. “Se faltar uma delas, o corpo morre. Entretanto, a parte mais importante não existe: é o canal imaginário que liga o ouvido a língua. Se este canal estiver com problemas, o homem passa a dizer coisas que não ouviu. E aí, não apenas o corpo morre, mas a alma é condenada para sempre”.

terça-feira, dezembro 11, 2012

Alguém saberia a diferença

Um pai levava seus dois garotos para jogar minigolfe. Na bilheteria, quis saber o preço. “Cinco moedas para os adultos, três para maiores de seis anos. Abaixo de seis anos, a entrada é grátis”. “Um deles tem três, o outro sete. Pago a do mais velho”. “Você é tolo”, disse o bilheteiro. “Podia ter economizado três moedas, dizendo que o mais velho tinha menos de seis; eu nunca saberia a diferença”. “Pode ser, mas os garotos saberiam. E o mau exemplo ficaria gravado para sempre”.

quinta-feira, novembro 01, 2012

Superando os obstáculos

Um famoso mestre sufi foi convidado para dar um curso na Califórnia. O auditório estava repleto às 8 da manhã – hora marcada para começar – quando um dos assistentes subiu ao palco. “O mestre está acordando agora. Tenham paciência”. O tempo foi passando, e as pessoas abandonando a sala. Ao meio-dia, o assistente voltou ao palco, dizendo que o mestre daria a palestra assim que terminasse de conversar com uma bela menina que encontrara. Grande parte da plateia saiu. As quatro da tarde, o mestre surgiu – aparentemente alcoolizado. Desta vez, quase todos saíram; ficaram apenas seis pessoas. “Para vocês eu ensinarei”, disse o mestre, parando de representar o papel de bêbado. “Quem deseja percorrer um caminho longo, tem que aprender que a primeira lição é superar as decepções do início”.

Amaldiçoando

Um feiticeiro mexicano conduz seu aprendiz pela floresta. Embora mais velho, ele caminha com agilidade, enquanto seu aprendiz escorrega e cai a todo instante. O aprendiz blasfema, levanta-se, cospe no chão traiçoeiro, e continua a acompanhar seu mestre. Depois de longa caminhada, chegam a um lugar sagrado. Sem parar, o feiticeiro dá meia-volta e começa a viagem de volta. “Você não me ensinou nada hoje”, diz o aprendiz, levando mais um tombo. “Ensinei sim, mas você parece que não aprende”, responde o feiticeiro. “Estou tentando lhe ensinar como se lida com os erros da vida”. “E como lidar com eles?” “Como deveria lidar com seus tombos. Ao invés de ficar amaldiçoando o lugar onde caiu, devia procurar aquilo que provocou a queda”.

O desenho que seduzia

Um grande sábio sufi passou anos meditando sobre a vida. Para dividir seu conhecimento, fez um desenho numa folha de papel, e mostrou aos seus discípulos. Os seguidores do sábio sufi ficaram tão impressionados com a beleza do trabalho, que mandaram imprimir o desenho numa placa de bronze. Logo a noticia se espalhou, e começaram a vir peregrinos do mundo inteiro, para decifrar cada linha do desenho. Em poucos anos, as pessoas passaram a adorar a placa de bronze, corno se fosse sagrada. “Não é desta maneira que a beleza deve ser vista”, disse o sábio, decepcionado. “Ela deve ajudar o homem a compreender os mistérios de Deus, mas não pode ser a razão da vida”. Imediatamente mandou fundir a placa, e transformou- a em um caldeirão. “Pelo menos, desta maneira o bronze ainda continua belo, mas não perde o seu significado”.

A tentação do justo

Um grupo de demônios procurava entrar na alma de um homem santo que vivia perto do Cairo; já o haviam tentado com mulheres da Núbia, comidas do Egito, tesouros da Líbia, mas nada havia dado resultado. Um dia, Satanás ia passando, e viu o esforço de seus servos. - Vocês não entendem nada – disse Satanás. – Não utilizaram a única tentação que ninguém resiste; vou ensiná-los. Aproximando-se do homem santo, sussurrou em seus ouvidos: - Lembra do padre que estudou com você? Acaba de ser nomeado Bispo de Alexandria. Na mesma hora, o homem santo teve um ataque de raiva, e blasfemou contra a injustiça, a de Deus. - Da próxima vez, usem logo esta tentação – disse Satanás aos servos. – Um homem pode resistir a quase tudo, mas sempre tem inveja da vitória do seu irmão.

Dar também um pouco

Um grupo de estudantes uruguaios estava reunido numa casa de campo, quando o caseiro chegou – contando uma tragédia nas redondezas: uma casa incendiou-se, deixando mãe e filha desabrigadas. Imediatamente, uma das estudantes iniciou uma coleta, para ajudar a família a reconstruir sua casa. Entre os presentes estava um escritor pobre, e a moça resolveu não lhe pedir nada. “Um momento”, disse o escritor, quando ela ia passando adiante. “Também quero contribuir”. No minuto seguinte, escreveu em um papel o que havia acontecido, e colocou-o dentro do pote que estava sendo usado para arrecadar o dinheiro. “Quero dar a todos esta tragédia. Que ela seja sempre lembrada quando pensarmos nos pequenos incidentes de nossas vidas”.

Fugindo do leão

Um grupo de monges – entre eles o grande abade Nicerius – passeava pelo deserto egípcio quando um leão surgiu diante deles. Apavorados, todos se puseram a correr. Anos depois, quando Nicerius estava em seu leito de morte, um dos monges resolveu perguntar: “Abade, lembra-se do dia que encontramos o leão?” Nicerius fez um sinal afirmativo com a cabeça. “Foi a única vez que o vi ter medo”, continuou o monge. “Mas eu não tive medo do leão”. “Então por que correu junto com a gente?” “Achei melhor fugir uma tarde de um animal, que passar o resto da vida fugindo da vaidade”.

A menor constituição do mundo

Um grupo de sábios judeus reuniu-se para tentar criar a menor Constituição do mundo. Se alguém fosse capaz de definir – no espaço de tempo que um homem leva para equilibrar-se em um só pé – as leis que deviam reger o comportamento humano, este seria considerado o maior de todos os sábios. “Deus pune os criminosos”, disse um. Os outros argumentaram que isto não era uma lei, mas uma ameaça; a frase não foi aceita. “Deus é amor”, comentou outro. De novo, os sábios não aceitaram a frase, dizendo que ela não explicava direito os deveres da humanidade. Neste momento, aproximou-se o rabino Hillel. E, colocando-se num só pé, disse: “Não faça com seu próximo aquilo que você detestaria que fizessem com você; esta é a Lei. Todo o resto é comentário jurídico”. E o rabino Hillel foi considerado o maior sábio de seu tempo.

Porque deixar o homem para o sexto dia

Um grupo de sábios reuniu-se num castelo em Akbar, para discutir a obra de Deus; queriam saber por que havia deixado para criar o homem no sexto dia. “Ele pensava em organizar bem o universo, de modo que pudéssemos ter todas as maravilhas a nossa disposição”, disse um. “Ele quis primeiro fazer alguns testes com animais, de modo a não cometer os mesmos erros conosco”, argumentou outro. Um sábio judeu apareceu para o encontro. O tema da discussão lhe foi comunicado: “na sua opinião, por que Deus deixou para criar o homem no último dia?” “Muito simples”, comentou o sábio. “Para que, quando fossemos tocados pelo orgulho, pudéssemos refletir: até mesmo um simples mosquito teve prioridade no trabalho Divino”.

quarta-feira, setembro 26, 2012

John e as visões do inferno

“Talvez Jesus tenha enviado alguns de seus apóstolos ao inferno para salvar almas”, diz John. “Mesmo no pior dos tormentos, nem tudo está perdido”. A ideia me surpreende. Estamos conversando num dos raros bares de Los Angeles. John é bombeiro, e está em seu dia de folga. “Por que você diz isto?”, pergunto. “Porque tenho experimentado o mesmo tormento aqui na terra. Entro no meio de edifícios em chamas, vejo pessoas desesperadas tentando sair, e muitas vezes cheguei a arriscar minha vida para salvá-las. Sou apenas uma partícula neste universo imenso, forçado a agir como herói no meio do fogo e do desespero”. “Se eu – que não sou nada – consigo agir assim, imagine o que Jesus não deve fazer! Com certeza, alguns de seus apóstolos estão infiltrados no inferno, salvando almas”. “Talvez Jesus tenha enviado alguns de seus apóstolos ao inferno para salvar almas”, diz John. “Mesmo no pior dos tormentos, nem tudo está perdido”. A ideia me surpreende. Estamos conversando num dos raros bares de Los Angeles. John é bombeiro, e está em seu dia de folga. “Por que você diz isto?”, pergunto. “Porque tenho experimentado o mesmo tormento aqui na terra. Entro no meio de edifícios em chamas, vejo pessoas desesperadas tentando sair, e muitas vezes cheguei a arriscar minha vida para salvá-las. Sou apenas uma partícula neste universo imenso, forçado a agir como herói no meio do fogo e do desespero”. “Se eu – que não sou nada – consigo agir assim, imagine o que Jesus não deve fazer! Com certeza, alguns de seus apóstolos estão infiltrados no inferno, salvando almas”.

Não questionar a busca

Sri Ramakrisna conta que um homem estava preste a cruzar um rio quando o mestre Bibhishana se aproximou, escreveu um nome numa folha, amarrou-a nas costas do homem, e disse: - Não tenha medo. Sua fé lhe ajudará a caminhar sobre as águas. Mas no instante em que perder a fé, você se afogará. O homem confiou em Bibhishana, e começou a caminhar sobre as águas, sem qualquer dificuldade. A certa altura, porém, teve um imenso desejo de saber o que seu mestre havia escrito na folha amarrada em suas costas. Pegou-a, e leu o que estava escrito: “Ó deus Rama, ajuda este homem a cruzar o rio”. “Só isto?”, pensou o homem. “Quem é esse deus Rama, afinal?” No momento em que a dúvida instalou-se em sua mente, ele submergiu e afogou-se na correnteza.

A reflexão

Texto de um monge do século XIV: Apenas uma pequena parcela de nosso conhecimento está nos tratados, nos livros, nas teses escolásticas. A parte mais importante, porém, habita toda e qualquer alma pura, que se delicia nos mistérios – e bebe da fonte do desconhecido, sem tentar explicá-la. Para conhecer esta fonte, é preciso lembrar-se de coisas da infância, e olhar tudo que se passa a nossa volta com uma visão espiritual, densa, alegre. As pessoas falam de sonhos como algo que se desmancha no ar, como uma nuvem. Se percebessem que a nuvem não se desmancha, mas se transforma e se transmuta em chuva, então entenderiam melhor o que quero dizer.

Jamais ameaçar

Toda vez que uma espada sai da bainha, precisa ser usada. Pode servir para abrir um caminho, ajudar alguém ou afastar o perigo. Mas uma espada é caprichosa, e não gosta de ver sua lâmina exposta sem razão. Por isso, um guerreiro jamais faz ameaças. Ele pode atacar, defender-se ou fugir; qualquer uma destas atitudes faz parte do combate. O que não faz parte do combate é desperdiçar a força de um golpe, falando sobre ele. Um guerreiro está sempre atento aos movimentos de sua espada. Mas não pode esquecer que a espada também presta atenção aos seus movimentos. Ela não foi feita para ser usada com a boca.

Refletindo sobre o passado

Todos nós já tivemos, de uma maneira ou de outra, experiências difíceis na vida. Isto faz parte de nossa viagem por esta Terra – e embora muitas vezes pensamos que “as coisas podiam ter acontecido de outra maneira” – o fato é que não podemos mudar nosso passado. Por outro lado, é uma mentira pensar que tudo que nos acontece tem o seu lado bom; existem coisas que deixam marcas muito difíceis de superar, feridas que sangram muito. Como, então, nos livrarmos de nossas experiências amargas? Só existe uma maneira: vivendo o presente. Entendendo que, embora não possamos mudar o passado, podemos mudar a próxima hora, o que acontecerá durante à tarde, as decisões a serem tomadas antes de dormir. Como diz o velho provérbio hippie: “hoje é o primeiro dia do resto da minha vida”.

Três mulheres e seus filhos

Três mulheres conversam sobre as qualidades de seus filhos. Diz a primeira: - Fico contente que ele tenha decidido seguir o sacerdócio: toda vez que entra em uma sala, as pessoas o olham com respeito e dizem: “ Meu padre!” Os olhos da segunda brilham, e ela comenta: - Pois eu fico mais contente ainda em saber que meu filho não apenas seguiu o sacerdócio, como foi nomeado cardeal. Assim, quando entra em uma sala, as pessoas abaixam respeitosamente a cabeça, beijam sua mão, e dizem: “Sua Graça!” A terceira mulher permanece em silêncio. As outras duas se viram para ela e perguntam: - E seu filho? - Bem, meu filho… ele tem um metro e oitenta, é louro, tem olhos azuis. Toda vez que entra em uma sala, as pessoas olham umas para as outras e dizem: “Meu Deus!”

A respiração infinita

Tudo que existe acima e abaixo, também existe dentro de você. E tudo respira; quando você perceber isso, irá também compreender a arte da paz. Aqueles que a praticam, sabem que são guerreiros protetores da Mãe Natureza, e em cada respiração estão colocando dentro de si o sol e a lua, o paraíso e o mundo, a maré alta e a maré baixa, a primavera e o inverno, o verão e o outono. Todo o aprendizado do homem pode ser resumido na maneira como respira conscientemente. Cada vez que faz isso, compartilha da energia poderosa que sustenta a Criação.

segunda-feira, julho 16, 2012

Antigo site SKOLPK gostava muito! (O mestre e o combate)

O mestre de aikidô exigia treinamentos intensivos, mas jamais liberava seus alunos para competições com outras academias de artes marciais. Todos reclamavam entre si, mas ninguém tinha coragem de comentar o assunto em aula. Até que, certa tarde, um dos rapazes ousou perguntar: “Temos nos dedicado com todo o nosso coração ao estudo de aikidô. Entretanto, jamais saberemos se somos bons ou maus lutadores, porque não podemos enfrentar ninguém de fora”. “Que vocês jamais precisem saber”, respondeu o mestre. “O homem que deseja brigar, perde sua ligação com universo. Nós estamos aqui estudando a arte de resolver os conflitos, e não de iniciá-los”.

Entrada SkolPK (diamante)

O mestre caminhava por um campo de trigo quando o discípulo aproximou-se: ” Não sei como distinguir o verdadeiro caminho. Qual é o segredo?” perguntou. “O que significa este anel no seu dedo direito?”, perguntou o mestre. “Meu pai me deu antes de morrer”, foi a resposta. “Pois me entregue”, disse. O discípulo obedeceu, e o mestre atirou o anel no meio do campo de trigo. “E agora?”, perguntou o discípulo. “Terei que parar tudo o que estava fazendo para procurar o anel! Ele é importante para mim!” “Quando achá-lo, lembre-se: você mesmo respondeu a pergunta que me fez”, disse o mestre. “É assim que se distingue o verdadeiro caminho: ele é mais importante que todo o resto”.

novo site UNIVERSE (O dia e a noite)

O mestre reuniu seus discípulos e perguntou como era possível saber a hora exata em que a noite terminava. - Quando podemos ver o primeiro brilho do sol – responderam todos. - Nada disso. A noite termina quando podemos olhar no rosto de nosso irmão e ver que ele é o nosso próximo. Quando podemos nos levantar da cama sem nenhum remorso do que fizemos no dia anterior. Quando podemos dizer a nós mesmos que, custe o que custar estaremos sempre agindo de acordo com a vontade de Deus. “Enquanto não pudermos fazer isto, continuará sendo noite – mesmo que o sol esteja brilhando lá fora”.

terça-feira, janeiro 10, 2012

A solidão do espantalho (Meu site em construção)

Certa vez, passeando por um campo, um homem viu um espantalho, e comentou : “deves estar cansado de permanecer aí, neste campo solitário, sem nada para fazer”. O espantalho respondeu: “o prazer de afastar o perigo é muito grande, e eu jamais me canso de fazer isto”. O homem concordou: “sim, eu ajo desta maneira, com bons resultados”. E disse o espantalho: “mas só vive espantando coisas, aqueles que estão cheios de palha por dentro”. O homem demorou anos para entender a resposta: quem tem carne e sangue em seu corpo precisa aceitar algumas coisas que não estava esperando. Mas quem não tem nada dentro vive afastando tudo que se aproxima – e nem mesmo as bênçãos de Deus conseguem chegar perto.

O peso da glória (Entrada CrazyPK)

Certo guerreiro recebia uma medalha por cada batalha ganha. Os amigos admiravam sua coragem, e as mulheres adoravam seu carisma. No final de alguns anos, as medalhas eram tantas que cobriam todo o seu uniforme. Numa tarde, no meio de um combate difícil, o guerreiro quase foi atingido pela espada de seu inimigo. “Sempre fui o melhor, e hoje quase perdi”, pensou o guerreiro. Mas logo percebeu o problema: o peso das medalhas não o deixava lutar com agilidade. Jogou a túnica do uniforme no chão, voltou ao campo de batalha, e derrotou seus inimigos. “A vitória pode me dar confiança, mas não pode se transformar em um peso a ser carregado”.

As três coisas (entrada de site SkolPk)

Chen Ziqin perguntou ao filho de Confúcio: “Teu pai te ensina algo que não sabemos?” O outro respondeu: “Não. Uma vez, quando eu estava sozinho, ele perguntou se eu lia poesias. Respondi que não, e ele mandou que lesse algumas, porque abrem na alma o caminho da inspiração divina. Outra vez ele me perguntou se eu praticava os rituais de adoração de Deus. Respondi que não, e ele mandou fazer isto, pois o ato de adorar faria com que entendesse a mim mesmo. Mas nunca ficou me vigiando para ver se eu o obedecia”. Quando Chen Ziqin retirou-se, disse para si mesmo: “Fiz uma pergunta, e obtive três respostas. Aprendi algo sobre as poesias. Aprendi algo sobre os rituais de adoração. E aprendi que um homem honesto nunca fica vigiando a honestidade dos outros”.