quarta-feira, dezembro 19, 2007

Da delicadeza com a humanidade


Quando Buda morreu e chegou às portas do Paraíso, uma multidão já o estava esperando. Abriram os portões, cantaram hinos em seu louvor, mas ao invés de entrar, Buda fez sinal de que queria voltar para a Terra.

“Entre, estamos ansiosos pela sua presença”, disse uma das almas iluminadas.

“Como posso entrar em um lugar que muitos homens ainda não tiveram o privilégio de conhecer?”, perguntou Buda. “Como posso entrar se o resto do mundo ainda não entrou?”

“Prefiro ficar aqui, e esperar pelo resto da humanidade; a grande alegria de um ser humano é poder compartilhar, com delicadeza, a sua felicidade com os outros”.

Pensando no Futuro


ando jovem, Abin-Alsar escutou uma conversa do seu pai com um dervixe.

“Cuidado com suas obras”, disse o dervixe. “Pense na maneira como elas vão afetar as gerações futuras”.

“O que eu tenho a ver com as gerações futuras?”, respondeu o pai. “Nunca vou conhecê-las; quando eu morrer, tudo estará acabado, e não me importa o que dirão meus descendentes”.

Abin-Alsar jamais esqueceu a conversa.

Durante toda a sua vida, esforçou-se para fazer o bem, ajudar as pessoas, executar seu trabalho com entusiasmo. Tornou-se um homem conhecido por sua preocupação com os outros; ao morrer, tinha deixado um grande número de obras, que melhoraram consideravelmente o nível de vida de sua cidade.

Em seu túmulo, mandou gravar o seguinte epitáfio: “uma vida que termina com a morte, é uma vida que não valeu a pena”.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Das Artes


“Pintar é uma arte. E a arte não é um trabalho sem conseqüências, mas um poder que deve ser dirigido para o crescimento da alma. Se a arte não realiza este trabalho, o abismo que nos separa de Deus permanece sem uma ponte”.

“O artista tem um débito para saldar: o seu talento. Para isto, precisa trabalhar duro - e saber que ele é livre em sua arte, mas não em seu compromisso com a vida. Tudo o que ele sente e pensa é parte da matéria prima com que irá melhorar a atmosfera espiritual a sua volta. Embora seja um sacerdote da Beleza, esta Beleza não pode ser vazia: precisa servir ao homem”.

“A arte é como uma luva; a alma é como a mão que preenche a luva, e lhe dá forma e sentido”.

E, sobretudo, tendo coragem


Para conseguirmos encarar este novo momento da humanidade, para permitir que as idéias novas tenham espaço e que a energia da Terra seja renovada, é preciso coragem. Coragem para enfrentar os preconceitos. Coragem para ser justo.

Coragem para entender que tudo aquilo que fazemos afeta a história do mundo. Coragem para dar passos em direção ao desconhecido, mesmo sabendo que vamos errar de vez em quando.

Deus já fez a sua parte, ao nos criar e nos colocar no mundo; agora Ele nos contempla com carinho, e pede que façamos a nossa.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Respeitando o limite


Os monges de Sceta reuniram-se sob a orientação do abade Paulus.

“Começaremos hoje um jejum”, disse Paulus. “E só terminaremos quando estivemos prontos para ter a visão de um anjo”.

Durante vários dias, os monges só bebiam água e rezavam. Estavam tão animados com a proposta de Paulus, que não sofriam com a fome. Até que, no final da primeira semana, um velho monge começou a passar mal. Paulus percebeu que o homem ia morrer, e decidiu interromper imediatamente o jejum.

Neste momento, um anjo apareceu para o grupo, e disse: “é importante que vocês entendam o sentido da disciplina e do sacrifício. Mas é melhor ainda que conheçam os limites da natureza. Não é preciso violar este limite para conseguirem o que desejam”.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

A outra mulher




Eva passeava pelo Jardim do Éden, quando a serpente se aproximou.

“Coma esta maçã”, disse a serpente.

Eva, muito bem instruída por Deus, recusou.

“Coma esta maçã”, insistiu a serpente, “porque você precisa ficar mais bela para o seu homem”.

“Não preciso” respondeu Eva, “porque ele não tem outra mulher além de mim”.

A serpente riu: “Claro que tem”.

E como Eva não acreditava, levou-a até o alto de uma colina, onde existia um poço.

“Ela está dentro desta caverna. Adão escondeu-a ali”.

Eva debruçou-se e viu refletida na água do poço uma linda mulher. Na mesma hora, sem titubear, comeu a maçã que a serpente lhe oferecia.

Permita-se mudar de opinião




Não procure ser coerente o tempo todo. Afinal, são Paulo disse que “a sabedoria do mundo é loucura diante de Deus”.

Ser coerente é usar sempre a gravata combinando com a meia. É ser obrigado a ter, amanhã, as mesmas opiniões que tinha hoje. E o movimento do mundo - onde fica?

Desde que você não prejudique ninguém, mude de opinião de vez em quando, e caia em contradição sem se envergonhar disso.

Você tem este direito. Não importa o que os outros pensem - porque eles vão pensar de qualquer maneira.

Por isso, relaxe. Deixe o Universo se movimentar à sua volta, descubra a alegria de ser uma surpresa para você mesmo. “Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios”, diz são Paulo.

Compartilhando Idéias


O reverendo Richard Halverson diz que podemos compartilhar nossas idéias de duas maneiras: como se fossem flechas ou sementes.

“Idéias-flechas” normalmente são utilizadas por professores, patrões, gente que tem pressa ou que acredita saber tudo. Vão direto ao coração e terminam matando a curiosidade e neutralizando a iniciativa das pessoas.

As “idéias-flechas” são rapidamente colocadas em prática, e logo esquecidas.

As “idéias-sementes” são as que a vida nos oferece, através das escolhas que fazemos: quando nos permitimos ficar comovidos com algo, lemos um livro que não fomos obrigados a ler, assistimos sem pressa a um belo pôr-do-sol, conversamos com alguém sobre um assunto que realmente nos interessa.

As “idéias-sementes” não se fazem notar logo, mas crescem com raízes profundas e se transformam em realidade.

O lavrador e o sábio


O sábio indiano Narada pediu que Deus lhe mostrasse um homem amado por Ele. O Senhor aconselhou-o a procurar certo lavrador.

- O que você faz para que o Senhor lhe ame tanto? - perguntou Narada ao lavrador, quando encontrou-o.

- Digo Seu nome de manhã. Trabalho o dia inteiro, de noite divirto-me um pouco e digo de novo o Seu nome antes de dormir.

- Só isso?

- Só isso.

“Acho que errei de homem”, pensou Narada. Naquela noite, ele teve um sonho: O Senhor aparecia pedindo:

“Encha uma tigela de leite, vá até a cidade e volte - sem derramar uma gota sequer”.

Na manhã seguinte Narada - acostumado a seguir os sinais - fez o que o Senhor lhe ordenava. E de noite, teve outro sonho, onde Deus aparecia perguntando:

“Quantas vezes você pensou em mim, enquanto carregava o leite?”

“Como podia pensar no Altíssimo? Estava preocupado para não derramar o conteúdo da tigela!”

“Uma simples tigela fez você Me esquecer. E o lavrador, como todos os seus afazeres e com sua diversão noturna, pensa em Mim duas vezes ao dia”.

sexta-feira, novembro 30, 2007

O rei e a deusa


O rei Sivi era um homem bom, e a deusa Raky resolveu testá-lo. Pediu a uma pomba que voasse até o quarto do rei, transformou-se em um falcão, e foi caçar a pomba diante dos olhos de Sivi.

“Não faça isto!”, ele pediu.

“Por que não farei?”, perguntou o falcão. “Meu alimento é carne fresca. O senhor quer subverter a natureza?”

“Você tem razão”, disse Sivi. “Então aceite minha carne fresca”.

Sacou um punhal que trazia na cintura, preparou-se para cortar uma parte de seu braço e oferecê-lo ao falcão, que neste momento voltou a transformar-se em Raky.

“Um homem bom sempre vai a extremos para provar suas qualidades”, disse a deusa. “Quando morreres, habitarás nosso reino”.

quinta-feira, novembro 29, 2007

Da bondade


“não é preciso uma experiência mística para descobrir que o mundo é bom”.

Basta perceber as coisas belas e simples que existem a nossa volta, ver as gotas de chuva escorrendo na vidraça, acordar de manhã e descobrir que o sol brilha, escutar alguém rindo.

Agindo assim, o mundo deixa de ser uma ameaça. Passamos a nos dar conta que somos capazes de notar o milagre da vida, e aceitamos a sensibilidade e o amor que existe em nossa alma.

Se formos capazes de ver o que é belo é porque somos também belos – já que o mundo é um espelho, e devolve a cada homem o reflexo de seu próprio rosto.

Embora sabendo nossos defeitos e limitações, devemos fazer o possível para conservar a esperança e bom humor. Afinal de contas, o mundo está se esforçando para nos ajudar, mesmo que a gente esteja achando o contrário.

quarta-feira, novembro 28, 2007

Sobre o despertar


“É melhor um único momento de compreensão neste mundo, que toda a eternidade no mundo que virá. E é melhor um único momento de paz interior neste mundo, que toda a eternidade em paz”.

Por quê?

“Um simples momento de compreensão neste mundo traz em si a própria eternidade. E a paz que encontraremos no mundo que virá está presente em cada minuto de paz nesta vida”.

terça-feira, novembro 27, 2007

Khrisna e o menino




A viúva de uma pobre aldeia em Bengala não tinha dinheiro para pagar o ônibus para seu filho, de modo que o garoto, quando foi matriculado num colégio, iria ter que atravessar, sozinho, uma floresta. Para tranqüilizá-lo, ela disse:

- Não tenha medo da floresta, meu filho. Peça ao seu Deus Krishna para acompanha-lo. Ele escutará sua oração.

O garoto fez o que a mãe dizia. Krishna apareceu e passou a leva-lo todos os dias à escola.

Quando chegou o dia do aniversário do professor, o menino pediu à mãe algum dinheiro para levar-lhe um presente.

- Não temos dinheiro, filho. Peça ao seu irmão Krishna para arranjar um presente.

No dia seguinte, o menino contou seu problema a Krishna. Este lhe deu uma jarra cheia de leite.

Animado, o menino entregou a jarra ao professor. Mas, como os outros presentes eram mais bonitos, o mestre não deu a menor atenção.

- Leva esta jarra para a cozinha - disse o professor para um assistente.

O assistente fez o que lhe fora mandado. Ao tentar esvaziar a jarra, porém, notou que ela tornava a encher-se sozinha. Imediatamente, foi comunicar o fato ao professor que, aturdido, perguntou ao menino:

- Onde arranjou esta jarra, e qual é o truque que a mantém cheia?

- Quem me deu foi Krishna, o Deus da floresta.

O mestre, os alunos, o ajudante, todos riram.

- Não há deuses na floresta, isto é superstição! - disse o mestre.

- Se ele existe, vamos lá fora para vê-lo!

O grupo inteiro saiu. O menino começou a chamar por Krishna, mas este não aparecia. Desesperado, ele fez uma última tentativa:

- Irmão Krishna, meu mestre quer vê-lo. Por favor, apareça!

Neste momento, escutou-se da floresta uma voz que ecoou por todos os cantos:

- Como é que ele deseja me ver, meu filho? Ele nem sequer acredita que eu existo!

Riqueza no outro mundo




O pastor gostava de pregar, em sua congregação, sobre a importância da pobreza. Segundo ele, o Evangelho dizia que as pessoas ricas neste mundo seriam condenadas à miséria depois da morte, e baseado neste argumento, pedia cada vez mais dinheiro aos fiéis.

Certo dia, um membro de sua congregação pediu para encontrá-lo depois do ofício religioso. Assim que estavam a sós, disse o homem:

“É verdade que aquele que é pobre neste mundo, será rico no Paraíso?”

“Claro que sim”.

“Como a igreja é rica, e eu sou pobre, estou precisando de 10 moedas de ouro. Quando for rico nos céus, eu pagarei minha dívida”.

Sem hesitar, o pastor tirou 10 moedas de ouro do cofre da sacristia. Entretanto, antes entregá-las, perguntou:

“O que pretende fazer com este dinheiro?”

“Vou dar início a uma empresa”.

O pastor tornou a colocar as moedas no cofre, dizendo: “como você é um homem capaz, trabalhará muito, terá lucro em sua empresa, vai terminar ficando rico. Conseqüentemente, será pobre depois de sua morte, e não terá como pagar seu débito; desta maneira, é melhor deixar as coisas como estão”.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Vento, areia, estrelas...


É difícil descrever o que se passa em minha alma. Olho para o céu vejo milhares de estrelas soltas pelo universo, enquanto eu permaneço preso a estas areias.

Mas, embora meu corpo esteja aqui, um pouco de mim é capaz de viajar por este céu, e levar-me a mundos desconhecidos. Então, vejo que meus sonhos são tão reais e concretos como estas dunas, esta lua, estas coisas que me cercam.

Meus sonhos permitem que eu crie e habite num reino mais poderoso que este império francês. Eles vão me ajudar a construir o futuro, uma casa – porque a beleza das casas não reside no fato de que são feitas para abrigarem homens, mas na maneira em que são concebidas.

No dia em que eu construir minha casa, quero que ela consiga dizer algo. Que ela seja um sinal, um símbolo. Deixarei que a casa de meus sonhos surja do meu interior, como a água surge da fonte, ou a lua do horizonte”.

Da traição




O profeta caminhava pela rua, perguntando: “não somos todos filhos do mesmo Pai Eterno?”. A multidão concordava. E o profeta continuava: “e se é assim, por que traímos nosso irmão?”.

Um garoto que assistia, perguntou ao pai: “o que é trair?”

“É enganar o seu companheiro de luta, para conseguir determinada vantagem”, explicou o pai.

“E por que traímos nosso companheiro?”, insistiu o garoto.

“Porque, no passado, alguém começou isto. Desde então, ninguém soube como parar a roda. Estamos sempre traindo ou sendo traídos”.

“Então não trairei ninguém”, disse o garoto.

E assim fez. Cresceu, apanhou muito da vida, mas manteve sua promessa. Morreu velho. Seus filhos sofreram menos e apanharam menos. Seus netos nada sofreram.

quarta-feira, novembro 21, 2007

Servindo a Deus


- “Quero saber qual a melhor maneira ter uma vida de acordo com os princípios divinos” -

pediu.

- “Oração, penitência, reparação” - respondeu o monge.

- “E qual a pior maneira”?

- “Ofensas ao próximo”.

- “Pensei que a pior coisa fosse ofender a Deus”.

- “Está enganado. Deus está em toda parte, e você poderá encontrá-lo sempre que se

arrepender. Mas quando se ofende o próximo sem razão, ele pode partir para um lugar

distante, você não terá oportunidade de pedir perdão, e estará semeando infelicidade no

mundo”.

A camponesa e o imperador


O imperador de Akbar interrompeu sua caçada no bosque, ajoelhou-se e fez as preces da tarde. Nesse momento, uma camponesa que corria pela floresta atrás do marido perdido tropeçou no imperador ajoelhado.

Sem pedir desculpas, seguiu adiante. O imperador de Akbar ficou contrariado mas, como bom muçulmano, não interrompeu o que estava fazendo.

Meia-hora depois, a camponesa voltava contente, junto com o marido, quando foi presa e levada até Akbar.

“Explique-me seu comportamento desrespeitoso, ou será condenada”, bradou o imperador.

“Eu pensava tão intensamente no meu marido, que nada vi. Vossa Alteza pensava em alguém muito mais importante que meu marido, como foi que me viu?”

O soberano não respondeu nada. E mais tarde confidenciou aos amigos que uma simples camponesa lhe havia ensinado o sentido da oração.

terça-feira, novembro 20, 2007

E mesmo assim não acreditam


O índio Juan Diego caminha para a cidade do México quando vê uma senhora cheia de luz.

“Vá ao bispo. Sou a Virgem, quero ser honrada aqui”, diz a aparição.

Diego obedece, mas ninguém lhe dá importância. A Senhora pede outras vezes, mas o bispo diz que Juan está mentindo.

“Podia ter escolhido alguém mais respeitado e ilustrado, pois só assim a Igreja escuta”, reclama o índio com a Virgem.

“Eu lhes darei um sinal”, diz ela. E flores nascem no meio do deserto. Juan enche seu poncho com as flores e leva até a Igreja. Mesmo assim não acreditam.

Quando Juan abre o poncho para deixar as flores em cima da mesa, no tecido está gravada a imagem da Virgem.

A imagem passa a ser conhecida como Nossa Senhora de Guadalupe, a padroeira das Américas. Até hoje, todos os testes para provar falsificação deram resultados negativos.

Encontro no Posto Seis


O padre José Roberto, da Igreja da Ressurreição, no Rio de Janeiro, saía certa manhã bem cedo, quando seu carro foi cercado por três adolescentes.

“Passamos a noite em claro, padre”, disse um deles, em tom desafiador. “Pode imaginar onde estivemos?”

Como qualquer ser humano normal, José Roberto preferiu ficar quieto. Imaginou o que significa uma noite em claro naquela idade, sentiu medo pelos riscos que os garotos devem ter corrido, pensou na preocupação dos pais.

O adolescente que iniciara a conversa terminou por responder à própria pergunta: “ficamos na Igreja de N. Sra. Copacabana, adorando a Virgem. Saímos de lá tão eufóricos que viemos caminhando até aqui (cerca de 3 km), cantando alto, rindo, falando com todo mundo. Pelo menos uma das pessoas nos perguntou: ‘como é que vocês, tão jovens, não têm vergonha de estar bêbados a esta hora da manhã?’”

O padre José Roberto deu partida no seu carro, e seguiu em direção ao seu compromisso.

No caminho, se perguntou muitas vezes: “eu também me deixei levar pelas aparências, e cometi uma injustiça em meu coração. Será que algum dia o ser humano vai, finalmente, entender a frase de Jesus, ‘vocês serão julgados com a mesma medida com que julgam seu próximo?’”

segunda-feira, novembro 19, 2007

Do arrependimento sincero


O monge Chu Lai era agredido por um professor, que não acreditava em nada do que ele dizia. Entretanto, a mulher do professor era seguidora de Chu Lai - e exigiu que seu marido fosse pedir desculpas ao sábio.

Contrariado, mas sem coragem de contrariar a mulher, o homem foi até o templo e murmurou algumas palavras de arrependimento.

"Eu não o perdôo", disse Chu Lai. "Volte ao trabalho".

A mulher ficou horrorizada:

"Meu marido se humilhou, e o senhor - que se diz sábio - não foi generoso”.

Respondeu Chu Lai:

"Dentro de minha alma não existe nenhum rancor. Mas, se ele não está arrependido, é melhor reconhecer que tem raiva de mim. Se eu tivesse aceitado seu perdão, íamos estar criando uma falsa situação de harmonia - e isto aumentaria ainda mais a raiva de seu marido”.

Luta


Diz Antônio Carlos Magalhães, numa entrevista em “Interview”: “O homem tem que estar atento às circunstâncias. Elas são muito mais fortes que os nossos desejos. Às vezes, certas atitudes que você toma podem não ser atos de coragem, mas simples imprudências. Entretanto, você não pode, por prudência, perder seu brio. É muito comum um político tentar ser tão prudente, que acaba pecando por insensibilidade moral”.

“Quando brigar deve-se brigar para cima; é muito melhor. Brigar para baixo não lhe dá vantagem alguma, ninguém toma conhecimento, e ainda lhe acham um covarde. Mas brigar para cima faz com que lhe respeitem. Você pode até perder a briga, mas sempre sai mais forte”.

quinta-feira, novembro 15, 2007

Trilhando o verdadeiro caminho


O mestre caminhava por um campo de trigo quando o discípulo aproximou-se: "Não sei como distinguir o verdadeiro caminho. Qual é o segredo?", perguntou.

"O que significa este anel no seu dedo direito?", perguntou o mestre.

"Meu pai me deu antes de morrer", foi a resposta.

"Pois me entregue", disse.

O discípulo obedeceu, e o mestre atirou o anel no meio do campo de trigo.

"E agora?", perguntou o discípulo. "Terei que parar tudo o que estava fazendo para procurar o anel! Ele é importante para mim!".

"Quando achá-lo, lembre-se: você mesmo respondeu a pergunta que me fez", disse o mestre. "É assim que se distingue o verdadeiro caminho: ele é mais importante que todo o resto".

O dia e a noite


O mestre reuniu seus discípulos e perguntou como era possível saber a hora exata em que a noite terminava.

- Quando podemos ver o primeiro brilho do sol – responderam todos.

- Nada disso. A noite termina quando podemos olhar no rosto de nosso irmão e ver que ele é o nosso próximo. Quando podemos nos levantar da cama sem nenhum remorso do que fizemos no dia anterior. Quando podemos dizer a nós mesmos que, custe o que custar, estaremos sempre agindo de acordo com a vontade de Deus.

- Enquanto não pudermos fazer isto, continuará sendo noite, mesmo que o sol esteja brilhando lá fora.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Descobrindo o Amazonas


O jesuíta Anthony Mello nos conta a história de um homem que, depois de muito viver e muito viajar, voltou ao seu povo. Reuniu os amigos e começou a discorrer sobre as maravilhas da Amazônia.
Todos ficaram muito entusiasmados, e o explorador deixou com eles um mapa, sugerindo que visitassem o local.
Anos depois, voltou a sua terra, e viu o mapa emoldurado na prefeitura. Um funcionário lhe disse:
- Isto é o Amazonas.
- Não, isso é um mapa do Amazonas! Vocês não foram visitá-lo?
- Para quê? - respondeu o funcionário. – Já estamos velhos, decoramos cada cachoeira, rio, montanha. Por que perder tempo indo até lá?

O pássaro está vivo?


O jovem estava no final de seu treinamento e, em breve, passaria a ensinar. Como todo bom aluno, ele precisava desafiar seu professor e desenvolver sua própria maneira de pensar. Capturou um pássaro, colocou-o em uma das mãos e foi até ele:

"Mestre, este pássaro está vivo ou morto?"

Seu plano era o seguinte: se o mestre dissesse “morto” ele abriria a mão e o pássaro voaria. Se a resposta fosse “vivo”, ele esmagaria a ave entre os dedos; assim, o mestre sempre estaria errado.

"Mestre, o pássaro está vivo ou morto?", insiste.

"Meu caro aluno, isto vai depender de você", foi o comentário do mestre.

terça-feira, novembro 06, 2007

Esperança


O homem caminhava pela estrada. Lembrava seu amor perdido e sua alma estava em prantos. "Pobre do ser humano que conhece o amor", pensava. "Jamais será feliz, com o medo de perder a quem ama".

Neste momento, escutou um rouxinol cantando.

- Por que você age assim? - disse o homem ao rouxinol.
- Não vê que minha amada, que gostava tanto de seu canto, já não está mais aqui ao meu lado?
- Canto porque estou contente - respondeu o rouxinol.
- Você nunca perdeu alguém? - insistiu o homem.
- Muitas vezes - respondeu o rouxinol.
- Mas meu amor continuou o mesmo.

E o homem sentiu mais esperança em seu caminho.

O grito no vale


O homem resolveu partir em busca de Deus. E foi atrás dos mestres, que diziam conhecer profundamente as razões pelas quais o universo havia sido criado e prometiam explicar o que Deus queria da humanidade.

- Mas quem lhes ensinou isso? - perguntava aos mestres - Foi o próprio Deus?

Os mestres diziam muitas palavras bonitas, mas não conseguiam definir exatamente quem os ensinara tudo que pregavam aos quatro ventos. Portanto, depois de alguns dias de aprendizado aqui e acolá, o homem sempre seguia adiante.

Em suas andanças, terminou conhecendo um vale, onde camponeses afirmavam que, em uma montanha próxima, Deus falava com quem se aproximasse.

E o homem foi para a montanha. Esperou durante três dias, jejuando e rezando, mas Deus não se aproximou. No quarto dia, já desesperado, ele gritou:
- Onde estás?

O eco respondeu:
- Onde estás?

E, a partir daquele instante, o homem compreendeu que Deus fazia a mesma pergunta e que também lhe buscava.

quinta-feira, novembro 01, 2007

reflexão


Siga em frente, mesmo com tantas pedras no caminho. Não adianta muito agente ficar pulando delas reclamando e nunca tira-las do lugar, você passa mas os problemas ficam, sempre é melhor resolver a situações do que deixalas para outro dia.

quarta-feira, outubro 31, 2007

Longe de todos os olhos


O chefe Junaid tinha um discípulo preferido. Inconformados, os outros foram reclamar.

“Vamos fazer uma prova. Quem vencer, será seu discípulo favorito’, disseram eles.”

O chefe concordou, e pediu que lhe trouxessem vinte pássaros. Deu um para cada discípulo e ordenou: “será considerado o melhor aquele que conseguir. Cada um deve matar o pássaro num lugar onde ninguém possa ver”.

Cada discípulo procurou o lugar mais difícil possível. Todos cumpriram o pedido - exceto o favorito, que trouxe o pássaro vivo.

“Por que descumpriste minha ordem?”, perguntou Junaid.

“Porque o mestre disse que tinha que matar esta ave em um lugar onde ninguém pudesse ver”, respondeu o discípulo. “Em todas as partes onde fui, Deus estava me olhando”.

“Você foi o único a entender meu pedido”, disse Junaid. E os outros discípulos pediram desculpas por terem sido invejosos.

terça-feira, outubro 30, 2007

Aceitando alguns erros




O filósofo alemão F. Nietzche disse certa vez: “não vale a pena viver discutindo sobre tudo; faz parte da condição humana errar de vez em quando”.

Entretanto, todos nós conhecemos pessoas que fazem absoluta questão de estar certas nos menores detalhes. Nós mesmos, muitas vezes, nos incluímos nesta categoria: não nos permitimos errar.

Tudo que conseguimos com esta atitude é o pavor de seguir adiante - porque certos passos exigem decisões novas, cujos resultados desconhecemos.

O medo de errar é a porta que nos tranca no castelo da mediocridade: se conseguirmos vencer este medo, estamos dando um passo importante em direção à nossa liberdade.

domingo, outubro 28, 2007

O melhor produto da região


O fazendeiro conseguia ganhar todas as medalhas do Ministério da Agricultura, porque seu milho era de excelente qualidade. Intrigado, um jornalista resolveu ir até o lugar onde ele morava, pensando em escrever uma grande matéria sobre o segredo de tamanho sucesso.

Ali chegando, perguntou o que fazia para sempre produzir o melhor produto da região.

“Muito simples”, respondeu o fazendeiro. “No final da colheita, separo uma boa parte dos grãos, e distribuo entre todos os meus vizinhos”.

O jornalista ficou surpreso: “distribuir aquilo que colheu? Será que o senhor não entende que os seus vizinhos também são seus concorrentes, e estão querendo produzir mais?”

“Será que o senhor não compreende que tudo é uma coisa só? Na primavera, o vento traz o pólen, e espalha por todo o lugar. Se meus vizinhos plantarem algo ruim, minha colheita será também afetada. Para ter o melhor produto da região, preciso fazer com que os campos ao lado mantenham a mesma qualidade”.

“Não posso fazer nada de bom na vida, se não estimular os outros a fazerem o mesmo”.

quarta-feira, outubro 24, 2007

Além dos próprios limites


Um arqueiro caminhava pelas redondezas de um mosteiro hindu conhecido por sua dureza nos ensinamentos, quando viu os monges no jardim - bebendo e se divertindo.
“Como são cínicos aqueles que buscam o caminho de Deus”, disse o arqueiro em voz alta. “Dizem que a disciplina é importante, e se embriagam as escondidas!”
“Se você disparar cem flechas seguidas, o que acontecerá com o seu arco?”, perguntou o mais velho dos monges.
“Meu arco se quebrará”, respondeu o arqueiro.
“Se alguém se esforça além dos próprios limites, também quebra sua vontade”, disse o monge. “Quem não equilibra trabalho com descanso, perde o entusiasmo, esgota sua energia, e não chega muito longe”.

O arco e a flecha


O arco é a vida: dele vem toda a energia.

A flecha irá partir um dia. O alvo está longe.

Mas sua vida permanecerá sempre com você, e é preciso saber cuidá-la.

Precisa de períodos de inação, pois um arco que sempre está armado, em estado de tensão, perde sua potência. Portanto, aceite o repouso para recuperar sua firmeza: assim, quando você esticar a corda, estará com sua força intacta.

O arco não tem consciência. Ele é um prolongamento da mão e do desejo do arqueiro. Serve para matar ou para meditar. Portanto, seja sempre claro em suas intenções.

Um arco tem flexibilidade, mas também tem um limite. Um esforço além da sua capacidade irá quebrá-lo, ou deixar exausta a mão que o segura. Da mesma maneira, não exija mais do seu corpo do que ele pode lhe dar. E entenda que um dia a velhice chegará, e que isto é uma benção, e não uma maldição.

Para manter com elegância o arco aberto, faça com que cada parte dê apenas o necessário e não disperse suas energias. Assim, você poderá disparar muitas flechas sem se cansar.

terça-feira, outubro 23, 2007

Os desejos negativos


O discípulo disse ao mestre:
- Tenho passado grande parte do meu dia pensando coisas que não devia pensar, desejando coisas que não devia desejar, fazendo planos que não devia fazer.
O mestre convidou o discípulo para um passeio na floresta perto de sua casa; no caminho, apontou uma planta e perguntou se o discípulo sabia o que era.
- Beladona - disse do discípulo. - Pode matar quem comer suas folhas.
- Mas não pode matar quem simplesmente a contempla. Da mesma maneira, os desejos negativos não podem causar nenhum mal – se você não se deixar seduzir por eles.

Como servir a Deus


O monge Chu Lai descansava perto de um riacho, quando um jovem aproximou-se.
- Quero saber qual a melhor maneira de servir a Deus - pediu.
- Oração - respondeu o monge.
- E qual a pior maneira?
- Ofensas ao próximo.
- Pensei que fosse as ofensas a Deus.
- Está enganado - respondeu Chu Lai. - Deus está em toda parte, e você poderá encontra-Lo sempre que se arrepender. Mas o próximo pode viajar para um lugar distante, e você não terá oportunidade de pedir perdão.

O direito da escolha


O Dr. Victor Frankl, sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz, escreveu no seu diário:

“Aqueles que viveram nestes lugares de morte conseguem ainda se lembrar que, durante a noite, alguns dos que estavam ali iam de barraca em barraca, confortando os mais desesperados, e muitas vezes oferecendo um pedaço de pão ou de batata que havia sobrado”.

“Poucos eram capazes de agir assim, mas estes poucos davam a todos a maior das lições: pode-se tirar quase tudo de um homem, menos sua liberdade de escolher - não importam em que circunstâncias - a maneira como acham que devem agir”

segunda-feira, outubro 22, 2007

Diferença entre bem e mal


O discípulo perguntou ao mestre zen:

- “Como posso distinguir o bem do mal”?

- “Eis uma pergunta tola. Reflita, e me responda você mesmo”.

Depois de refletir, disse o discípulo:

- “É muito simples. Tudo aquilo que é capaz de destruir as coisas feitas com amor, é considerado o Mal”.

- “Você já viu um tigre? Quando ele sai em busca de comida para os seus filhos e encontra na floresta uma bela corça, fruto do amor de seus pais, ele não a devora assim mesmo?”?

- “Sinto-me confuso” - disse o discípulo.

- “O que vai contra a nossa natureza é o Mal” - respondeu o mestre. – “Todo o resto é o Bem”.

O califa e sua mulher


O califa árabe mandou chamar seu secretário.

"Tranque minha mulher na torre enquanto viajo", ordenou.

"Mas ela ama Vossa Majestade!"

"E eu a amo", respondeu o califa. "Mas sigo um velho provérbio de nossa tradição: emagrece teu cão e ele te seguirá, engorda teu cão e ele te morderá".

O califa partiu para a guerra, voltando seis meses depois. Ao chegar, chamou o secretário, e pediu para ver a esposa.

"Ela o abandonou", foi a resposta do secretário.

"Vossa Majestade citou um lindo provérbio antes de partir, mas esqueceu de outro ditado árabe: se teu cão passa fome, qualquer pessoa que oferecer um pedaço de comida consegue afastá-lo".

quinta-feira, outubro 18, 2007

As quatro muralhas


O Baal Shem Tov conta a história de um rei que construiu quatro muralhas ao redor de seu palácio. No alto de cada uma, colocou potes cheios de ouro, que podiam ser visto pelos que passavam. Desta maneira, pretendia testar a vontade de seus súditos.

Alguns subiam a primeira muralha, pegavam um pote, e voltavam satisfeitos para casa. Outros pegavam também o pote do segundo e do terceiro muro. Mas só um grupo muito pequeno resolveu ir até o interior da quarta muralha, para encontrar o rei, receber um grande tesouro.

"Assim é Deus", diz A. Keitel. "Ele não quer que suas bênçãos paralisem a busca. Se você está contente com sua vida, tem mais um bom motivo para seguir adiante”.

domingo, outubro 14, 2007

Eu e a Vida


Vem me pedir
além do que eu posso dar
É aí que o aprendizado está
Vem de onde não sonhei
me presentear
Quando chega o fim da linha
e já não há aonde ir
Num passe de mágica
A vida nos traz sonhos pra seguir
Queima meus navios
pr'eu me superar
as vezes pedindo
que ela vem nos dar
o melhor de si

E quando vejo,
a vida espera mais de mim
mais além, mais de mim
O eterno aprendizado é o próprio fim
Já nem sei se tem fim
De elástica, minha alma dá de si
Mais além, mais de mim
Cada ano a vida pede mais de mim
mais de nós, mais além

Vem me privar pra ver
o que vou fazer
Me prepara pro que vai chegar
Vem me desapontar
pra me ver crescer
Eu sonhei viver paixões, glamour
Num filme de chorar
Mas como é Felini, o dia-a-dia
Minha orquestra a ensaiar
Entre decadência e elegância,
zique-zaguear
Hoje, aceito o caos.

E quando vejo,
a vida espera mais de mim
mais além, mais de mim
O eterno aprendizado é o próprio fim
Já nem sei se tem fim
De elástica, minha alma dá de si
Mais além, mais de mim
Cada ano a vida pede mais de mim
mais de nós, mais além

O presente invisível



No dia de Natal, a família inteira se reuniu em torno da árvore e começou a abrir os presentes. Contente, a filha entregou uma caixa para o pai.

"Isso é para você, com todo o meu amor".

O orgulhoso pai abriu a caixa, mas ela estava vazia. Com todo carinho, comentou com a filha:

"Meu amor, sei que você teve a melhor das intenções, mas na verdade a vida irá lhe ensinar que não podemos dar algo que não existe, mesmo que esteja bem embrulhado e seja entregue com todo carinho. Acho que você se esqueceu de colocar algo aqui dentro".

"Você não está vendo?"

"Não estou vendo nada, minha filha".

"Pois eu passei uma tarde inteira enchendo-a de beijos!"

Os olhos do pai brilharam:

"Claro! Muito obrigado por um presente tão bonito!"

E durante o resto da sua vida, sempre que sentia-se deprimido ou desencorajado, o pai abria a caixa, retirava um beijo que tinha ali sido colocado e voltava a ter coragem suficiente para enfrentar seus desafios.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Sobre as maneiras de rezar



O arcebispo Macarius afirma, em um de seus escritos, que as portas do Céu estão abertas para quem usar a oração. Entretanto, nem sempre valorizamos este poderoso instrumento de comunicação com Deus, por considerá-lo simples ou – paradoxalmente - complicado demais.

Vale lembrar que na Bíblia, em II Reis (capítulo 20), um poderoso exemplo da força da oração é citado.

O profeta Isaías vai até a cada de Ezequias, e anuncia: “põe em ordem tua casa porque vais morrer”.

Ezequias, desesperado, volta-se conta à parede e clama ao Senhor: "andei fielmente diante de Ti, fazendo o que era agradável a Teus olhos! " E chora.

Antes que Isaías deixe o pátio interno, o Senhor dirige-se de novo a ele: “volta e diz a Ezequias, meu servo; eis que escutei tua prece e vi tuas lágrimas. Vou te curar, e acrescentarei quinze anos à tua vida”.

A seguir, uma história sobre a importância da oração.

Um homem perguntou a al-Husayn:
- O que devo fazer para ficar mais perto de Deus?
- Conte-Lhe um segredo. E não deixe que ninguém neste mundo saiba o que foi dito; assim, um laço de confiança será estabelecido com a Divindade.
- Só isto?
Al-Husayn disse:
- Estabeleça uma relação firme no começo de sua jornada espiritual. Reze.
- Todo mundo faz isso. Será que não há nenhuma maneira de comunicar-me melhor com Deus?
- Já lhe expliquei - disse al-Husayn. - Mas você já quer chegar ao final antes de começar, e isto não é possível.

Também estou lá fora


Na parábola do Filho Pródigo, o irmão que sempre obedeceu ao pai fica indignado ao ver que o filho rebelde é recebido com festa e alegria. Da mesma maneira, muitas pessoas obedientes à palavra do Senhor, terminam se transformando em carrascos impiedosos daqueles que algum dia se afastaram da Lei.

Na pequena cidade do interior, um conhecido pecador foi impedido de entrar na igreja.

Indignado, começou a rezar:

"Jesus, me escuta. Não querem me deixar entrar em sua casa, porque acham que não sou digno".

"Não se preocupe, meu filho", respondeu Jesus. "Eu também estou do lado de fora, junto com aqueles com quem sempre estive – os pecadores como você".

quinta-feira, outubro 04, 2007

Tão menos semelhante


Tanto tempo a luz acesa
Mas sem que ninguém perceba
De repente a luz se apagará
Tanto tempo céu de estrelas
Aproveite para vê-las
Num piscar o céu desabará
Só me resta uma certeza
É saber que tal princesa
Não é mais a doce amada
Meu castelo colorido
Fim de um sonho destruído
Minha paz desvirginanda
Nada que eu possa fazer
Para esse prazer poder se eternizar
Basta saber que a vida fez
Nossos rumos diferentes
Mas a vida segue em frente
Queira Deus que eu me acostume
Com qualquer outro perfume
Não tão menos semelhante
Ou quem sabe outro carinhos
Queira Deus que outros caminhos
Não me lembrem teu semelhamente

Voz Interior


Na maior parte das vezes, confundida com “inspiração”, o que é um equívoco. Estamos sempre escutando certas vozes interiores, ruídos destinados a nos distrair, a nos fazer perder o contacto com a vida. Não se calam, não sossegam nunca. Certas Tradições mágicas dizem que nosso controle sobre estas vozes é quase nenhum.

Quem já experimentou meditação sabe o quanto isto é verdade; e mesmo quem nunca meditou sabe que elas existem (músicas que cantamos mentalmente, pensamentos que não conseguimos evitar, etc.) Só uma coisa faz calar estas vozes: o Entusiasmo. Quando estamos verdadeiramente envolvidos na arte de viver, estas pequenas e mesquinhas vozes interiores deixam de falar suas bobagens - e então podemos ouvir a voz de nosso anjo da guarda, a voz de nosso coração, a voz de Deus.

segunda-feira, outubro 01, 2007

A generosidade



Muhammad ib Sugah conta a história de Abdulah e Mansur, dois fiéis muçulmanos.Certo dia, Abdulah pediu ajuda ao amigo.

O tempo foi passando, e nenhuma ajuda foi dada. Um dia, Mansur perguntou:

“Meu irmão, você me pediu ajuda, e eu não fiz nada. No entanto, você parece não ter se irritado com isto”.

“Temos uma longa amizade. Aprendi a amar-te antes de precisar de um favor. E consigo continuar te amando, não importa se tu me atendes ou não”.

Mansur respondeu:

“Eu não fiz o que pediste, porque queria saber a força de teu desejo. Vi que esta força é maior do que a discórdia e o ódio; amanhã você terá o que pediu”.

domingo, setembro 30, 2007

A segunda chance


Cansado de tanto trabalho duro um homem rico que levou toda sua vida juntando dinheiro, recebe a noticia do seu médico de esta no final de sua vida.
Ao receber a noticia se apressou a contar a seu unico filho seu triste final:
-Filho, eis que a minha hora esta chegando, tudo o que tenho deixo para ti, minha casa, todo o meu dinheiro serão teus.
Mais sei que você não será capaz de honrar toda a minha herança, por isso deixarei aqui nos fundos de nossa casa esta forca, para que quando você chegar ao fundo do poço lembre-se de minhas palavras.

Após alguns dias o homem veio a falecer.
E como havia previsto seu filho usou sua herança ao máximo. Teve todo o tipo de divertimento que o dinheiro pode comprar, sem perceber que estava acabando com os seus recursos.
Após alguns anos sem dinheiro, afundado em dividas, se lembrou das palavras de seu pai:
-Pai o Sr. tinha razão, não soube te ouvir e o que me resta agora é esta forca.
Então vendo que não havia mais saida o jovem se atou em sua forca e se jogou...
Naquele momento o teto que segurava a forca se abriu, e dele caiu as joias da familia que estavam escondidas com um bilhete:
-Meu filho, eis a sua segunda chance.

sábado, setembro 29, 2007

Como aproveitar as circunstâncias


Um caipira ganhou três cachorros...Alegre, amarrou-os atrás do carro de bois, e resolveu levá-los para a fazenda onde vivia.

O primeiro cão era puxado à força; mordia a corda, caía, arrastava-se pelo chão. O segundo resignou-se, e seguiu o carro de bois. O terceiro, porém, pulou para dentro da carroça, resolveu dormir, e chegou descansado ao seu destino.

“Quando resistir é inútil, o melhor é adaptar-se”.
“O mais sábio é sempre aquele que consegue tirar proveito das circunstâncias inevitáveis, e fazer com que elas funcionem a seu favor”.

sexta-feira, setembro 28, 2007

Tentando controlar a alma


Muitas vezes achamos que podemos controlar o amor. E, neste momento, nos surpreendemos fazendo uma pergunta complemente inútil: "será que vale mesmo a pena?”

O amor não respeita esta pergunta. O amor não se deixa avaliar como uma mercadoria. Um dos personagens da peça "A Boa Alma de Setzuan", de Bertold Brecht, nos fala da verdadeira entrega:

"Quero estar junto da pessoa que amo. Não quero saber quanto isto vai me custar. Não quero saber se isto vai ser bom ou ruim para minha vida. Não quero saber se esta pessoa me ama ou não. Tudo que preciso, tudo que quero, é estar perto da pessoa que amo”.